Em Uganda ser Kulchu é ser gay.
E lá, ser Kulchu é ter seu nome, sua foto e seu endereço publicados em jornal sublinhados pela chamada “Enforque-os!”.
Este fato (ou seja, real) filho da puta é o inspirador da peça “O Jornal – The Rolling Stone”, obra do inglês Chris Urich, também encenada no Festival Palco Giratório - SESC.
Em “O Jornal..” acompanhamos três irmãos órfãos e carentes : Joe, Dembe e Wummie.
Joe (André Luiz Miranda), o mais velho, é candidato a pastor evangélico que tem que provar à congregação seu valor como religioso e, assim, começar a receber salário. Também sente sobre suas costas o peso de ser o protetor dos irmãos.
Wummie (Indira Nascimento), é a irmã mais nova que é obrigada a deixar os estudos para trabalhar como faxineira num hotel.
Dembe (Danilo Ferreira), é o estudante gay apaixonado às escondidas por Sam (Marcos Guian), um médico irlandês em trabalho em Uganda.
Paralelo a eles temos Mama (Heloísa Jorge) e sua filha muda por trauma emocional, Naome (Marcella Gobatti), amigas dos órfãos mas também às voltas com seus próprios dramas.
Todo este povo acaba se envolvendo numa trama assustadora desencadeada pela condição homossexual de Dembe.
A coisa é punk, trágica pra caralho.
Mas a peça não é isenta de alguns senões pois as ações de alguns personagens soam um tanto sem sentido e forçadas.
Porém o que conta – o que realmente vale - é o conjunto.
E o conjunto deixa bem claro que a intenção do autor é gritar um discurso irado contra a intolerância e o preconceito.
E isto é alcançado com louvor.
Os atores estão magníficos, com absoluto destaque para André Luiz Miranda, o irmão pastor.
A pregação que ele faz para a plateia como se estivesse numa igreja, condenando furiosamente a homossexualidade, é de arrepiar, e o público percebe quão grande é o poder destruidor que o ódio religioso pode alcançar.
Muito boa mesmo.T
Joe (André Luiz Miranda), o mais velho, é candidato a pastor evangélico que tem que provar à congregação seu valor como religioso e, assim, começar a receber salário. Também sente sobre suas costas o peso de ser o protetor dos irmãos.
Wummie (Indira Nascimento), é a irmã mais nova que é obrigada a deixar os estudos para trabalhar como faxineira num hotel.
Dembe (Danilo Ferreira), é o estudante gay apaixonado às escondidas por Sam (Marcos Guian), um médico irlandês em trabalho em Uganda.
Paralelo a eles temos Mama (Heloísa Jorge) e sua filha muda por trauma emocional, Naome (Marcella Gobatti), amigas dos órfãos mas também às voltas com seus próprios dramas.
Todo este povo acaba se envolvendo numa trama assustadora desencadeada pela condição homossexual de Dembe.
A coisa é punk, trágica pra caralho.
Mas a peça não é isenta de alguns senões pois as ações de alguns personagens soam um tanto sem sentido e forçadas.
Porém o que conta – o que realmente vale - é o conjunto.
E o conjunto deixa bem claro que a intenção do autor é gritar um discurso irado contra a intolerância e o preconceito.
E isto é alcançado com louvor.
Os atores estão magníficos, com absoluto destaque para André Luiz Miranda, o irmão pastor.
A pregação que ele faz para a plateia como se estivesse numa igreja, condenando furiosamente a homossexualidade, é de arrepiar, e o público percebe quão grande é o poder destruidor que o ódio religioso pode alcançar.
Muito boa mesmo.T
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