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Hino do Blog : " ...e todas as vozes da minha cabeça, agora ... juntas. Não pára não - até o chão - elas estão descontroladas..."
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Monday, December 15, 2008

Boas Festas deprê




























Algumas canções estão tão grudadas na memória coletiva-afetiva da população que temos a impressão que elas existem desde sempre.


É aquele tipo de canção popular cuja origem não sabemos, mas que aprendemos e cantamos desde a infância.


“Boas Festas” é uma destas.


Quem não conhece a trágica canção natalina que diz


“Anoiteceu

o sino gemeu

a gente ficou

feliz a rezar...”


“Papai Noel

vê se você tem

a felicidade

pra você me dar..”


“Eu pensei que todo mundo

fosse filho de Papai Noel

bem assim felicidade

eu pensei que fosse uma

brincadeira de papel...”


“Já faz tempo que pedi

mas o meu Papai Noel não vem!

Com certeza já morreu

ou então felicidade

é brinquedo que não tem!”


Mas de onde surgiu esta composição? Quem foi o autor e qual foi sua motivação?


Talvez poucos saibam que o compositor em questão é José Assis Valente (1911-1958), autor de clássicos da MPB como Camisa Listrada", "E o Mundo Nao Se Acabou".


Protagonista de uma existência sofrida – ele tentou o suicídio algumas vezes e finalmente se matou bebendo guaraná com formicida – Assis Valente pode ser considerado um dos personagens mais trágicos da MPB. No trecho abaixo (reproduzido de uma reportagem publicada em 1936) ele revela como “Boas Festas” surgiu.


“Eu morava em Niterói e passei aquele Natal sozinho. Estava longe dos meus e de todos em terra estranha. Era uma criatura esquecida dos demais, no mundo alegre do Natal dos outros. Havia em meu quarto isolado uma estampa simples de uma menina esperando seu presente, com seus sapatinhos sobre a cama. Eu me senti nela. Rezei e pedi. Fiz então este “Boas Festas”. Era uma forma de dizer aos outros o que eu sentia. Foi bom, porque, de minha infelicidade tirei esta marchinha que fez a felicidade de muita gente. É minha alegria de todos os natais. Esta é minha melhor composição”


A imagem realmente é melancólica.



Friday, December 12, 2008

Maior, Mais Forte e Mais Rápido

"Bigger, Stronger and Faster" é um documentário surpreendente sobre uso de esteróides que revela uma profunda investigação na busca do “sonho americano” e na natureza humana, quando se trata de “conseguir algo”, quando se trata de “vencer”.


Acompanhando a trajetória de três irmãos (Chris Bell, “Mad Dog” (Mike) e “Smelly” (Mark)) que buscam “ser alguém na vida”, e para isto espelham-se em heróis personificados por Arnold Scharzeneger, Silvester Stallone, lutadores de Wrestler, jogadores de baseball e outros.


Eles acreditam nos herois, acreditam no sucesso, no desafio e querem “vencer”, nem que para isto tenham que lançar mão de “trapaças”, que neste caso traduz-se pelo uso de esteróides para ganhar força e músculos.


O corpo muda, a criatura fica bombada, a vida avança, mas cadê o sucesso? Cadê o triunfo? A vida começa a se revelar uma merda, bem diferente dos discursos proferidos pelos “vencedores”.


E quem está errado nesta jogada? O heroi que vende uma imagem perfeita do sucesso, ou aquele que acredita nesta imagem e viaja na maionese na ilusão da conquista? Sabiamente o filme não responde a esta pergunta como também não condena as pequenas fraudes que as pessoas provocam para alcançar seus objetivos.


O documentário consegue equilibrar, de uma maneira perfeita, diversos temas (sonho, politica, familia, guerra, papéis, insanidade, deboche, sátira, etc) criando um rico painel sobre a caótica natureza humana


Sintomaticamente a musica final é Land of Confusion (Tony Banks/Phil Collins/Mike Rutherford), que diz :


Too many men
Too many people
Making too many problems
And not much love to go round
Can't you see
This is a land of confusion.


... e encerra perfeitamente a idéia deste filmaço!













Nesta sequência Chris Bell discute com um modelo sobre propaganda enganosa (ou não)













Chri recebendo o efeito do Photoshop para enganar os incautos.

Tuesday, December 02, 2008

Jornal da Record - Bando de filhos da puta


É difícil, muito dificil mesmo.


Ontem a noite, assisistindo o jornal da Record tive ânsia de vômito ao ver o nível do jornalismo daquela emissora.


Ao cobrir a tragédia das enchentes e desmoronamentos que se abate sobre Santa Catarina, um imbecil, um filho da puta de um reporter, decidiu – de modo festivo – “entrevistar” algumas crianças flageladas.


Enfiando o microfone na cara de um garoto – aparentemente com uns três anos – a besta jornalista perguntava aos gritos : “E aí, perdeu todos os brinquedos?, Perdeu a bola?” – e o garoto entre surpreso, acuado e assustado pela fera insana chamada "profissional", respondia com um sorriso : “Sim !”.


Mas o pior não foi isto. Focalizando uma menina toda molhada, de braços cruzados, engerelada, titiritando, o devoto do canalha do Edir Macedo (que não é pior que os outros canalhas religiosos) perguntava : “Tá com frio?”, “Cadê as roupas ?”, e outras pérolas aprendidas na Universidade da Desgraça Jornalística.


A garota mal podia falar, mas tentava se mostrar "feliz" e respondia dentro do possível, certamente incentivada pela família ignorante, realizada por ter sua pimpolha "na televisão".


Triste, lamentável.


Tinham que dar um tiro na cara deste jornalista filho da puta ou enfiar o microfone no seu cú e fazer sair pela sua boca podre.