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Hino do Blog : " ...e todas as vozes da minha cabeça, agora ... juntas. Não pára não - até o chão - elas estão descontroladas..."
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Thursday, May 29, 2008

Filme – Old Joy (Kelly Reichard - EUA, 2006)


O que dizer deste filme? .. A história é de uma banalidade ridícula – resumindo : dois amigos vão acampar, e só. Acontece alguma coisa “emocionante” ? Não. Existe algum conflito? Não. Existe alguma ação? Definitivamente não. O que temos então : muitas imagens, pouca conversa (sendo que estas poucas podem ser qualificadas como“ banais”), lentidão – tudo muito devagar naquela linha de “filme para dormir”. Porém, porque alguma coisa me pregou à tela? Porque fiquei assistindo meio abobado, meio chapado até o final? E porque um filme com “estas qualidades” ficou ecoando na minha cabeça ao terminar de forma totalmente aberta? Não sei e nem quero explicar. Anyway, o que ficou para mim é que Old Joy mostra, de uma maneira muito delicada, as vias e os desvios da vida, a tentativa do resgate da inocência, a tentativa do resgate das emoções, a tentativa de retorno a algo deixado pelo caminho. O “clímax” (se é que se pode encontrar algo deste tipo num filme onde nada acontece) na banheira natural é de uma plasticidade magnífica. Ali se revela alguma coisa? Se explica alguma coisa? Talvez para o espectador afoito por identificar algum motivo para a ação (ou falta de) dos personagens, alí está o que o filme quer contar. Não acredito nisto e acho que é sem dúvida alguma de uma burrice atroz resumir o filme a uma história gay mal resolvida. Para mim o filme é amplo, é universal naquilo que nos remete à perda daqueles belos sentimentos que faziam parte da nossa felicidade e que acreditávamos que estariam para sempre conosco.

http://www.revistacinetica.com.br/oldjoy.htm

Livro – Decima Terceira História (Diane Setterfield)


Um livro com todos os elementos góticos (loucura, obsessão, mansões, segredos, fantasmas, climas, governantas, etc). Mas estes elementos não funcionariam por sí só se não houvesse uma história boa para contar. Neste caso a história é muito boa. O interessante é que eu tava adorando o livro, mas lá pela metade percebi que a autora se perdeu completamente (um personagem chave muda da água pro vinho sem explicação nenhuma). Fiquei decepcionado pela inaceitável bola fora, mas como já tava engatado continuei. Eis porém que a esperta da Diane ao revelar o “segredo” simplesmente explica de forma surpreendente o que eu (e todos os leitores com certeza) não tinha entendido. Meu queixo caiu. Tá prometida uma versão para o cinema, adaptada pelo Christopher Hampton, o carinha que ganhou um Oscar pelo roteiro do Ligações Perigosas.


http://www.revistainonline.com.br/ler_noticia_cultura.asp?secao=19&noticia=2631

http://www.relativa.com.br/livros_template.asp?Codigo_Produto=80845#200


Sinopse tirada da Internet :


A décima terceira história contém os três ingredientes essenciais a uma história clássica - enredo forte, exploração original de um relacionamento apaixonado e fora do comum (uma sinfonia de irmãos e gêmeos) e uma narradora cuja busca incansável da verdade é sedutora. Uma heroína improvável, sem filhos, eternamente ligada à literatura - uma paixão absoluta pelos livros permeia a trama. Assim como um ligeiro senso de implausibilidade e de esqueletos dentro de armários, ansiando por libertação. A escritora Vida Winter passou quase seis décadas cuidadosamente arquitetando respostas para a imprensa. Iludir jornalistas e admiradores acerca de sua origem, afastá-los de seu passado enigmático - tão enigmático quanto sua primeira obra, intitulada Treze contos de mudança e desespero, mas que só continha 12 - é como uma segunda natureza. Porém, tudo isto está prestes a mudar quando Margaret Lea, biógrafa amadora, recebe uma carta da famosa autora convidando-a a redigir suas memórias. Pela primeira vez, Vida Winter, reclusa e doente, vai contar a verdade. Uma verdade com certo quê de Irmãs Brontë - uma casa isolada em prados enevoados, gêmeos com sua própria linguagem, governantas sisudas. Uma família atormentada por segredos e cicatrizes. Mas poderá Margaret, acostumada a cuidar dos livros no velho antiquário do pai, confiar totalmente em Vida? E terá sido eleita depositária das confidências por mero acaso?

Filme - Tarnation

Sabe aqueles filmes que você acaba de assistir e fica meio fora da casinha ? Este é o meu caso com o Tarnation.

O filme é sincero ou hipócrita? Uma tragédia explícita ou uma ego-trip do diretor ?... neste caso, Jonathan Caouette, um carinha auto-denominado “cineasta underground”.

O filme pode ser definido como um “auto-documentário” já que praticamente todas as imagens são fotos ou vídeos caseiros. Mas o que leva alguém a lançar ao público as mazelas de uma família com doença mental ? – a avó e a mãe Renee seriam esquizofrênicas. Na adolescência Renee passou por tratamento de choque duas vezes por semana durante dois anos. Sua história é de arrepiar.

E o menino Jonathan foi criado sem o pai, viu a mãe ser estuprada, passou por alguns lares adotivos antes de ser definitivamente adotado pelos avós. Como resultado de tudo isto o diretor se coloca como uma “persona angustiada” , fruto desta família louca. E que persona! .. Vídeos mostram Jonathan aos onze anos interpretando uma fulana que apanha do marido e em outro, uma drogada. Um prodigio de precocidade.

Nesta necessidade de se mostrar (ou seria mostrar sua possível doença?) , o diretor / ator bombardeia o publico com uma “performance over” que pode soar totalmente fake - ou real dependendo do ponto de vista. A mim soou mais fake que sincera. Isto falando dele, pois se olharmos para o caso de Renee algumas imagens são impressionantes, principalmente quando a mostra, já ao final, quase que totalmente débil.

Uma cena me incomodou muito : aquela onde Jonathan confronta seu avô questionando se os abusos atribuídos a ele pela sua mãe são verdadeiros ou não. Me chocou tanto a agressividade do cineasta quanto a fragilidade do velhinho acuado.

Produzido por Gus Van Sant e James Camerom Mitchel (o imortal Hedwig), Tarnation é da linha dos chamados “filmes polêmicos e que devem ser vistos. A trilha sonora é fantástica.

http://www.contracampo.com.br/64/tarnationruy.htm


http://www.cinereporter.com.br/scripts/monta_noticia.asp?nid=1768