Hino do Blog - Clique para ouvir

Hino do Blog : " ...e todas as vozes da minha cabeça, agora ... juntas. Não pára não - até o chão - elas estão descontroladas..."
Clique para ouvir

Thursday, August 29, 2013

Musica para correr - Mix 10

Video com musicas para correr

Sou viciado em corrida.


Livro - Um gato de rua chamado Bob



Meio que me dá medo estes livros de pets do bem. 

Me cheira sempre a modismo, oportunismo focado nas emoções humanas mais nobres como carinho, devoção, companheirismo, amor incondicional e outras do mesmo naipe.  

 Sei disso, mas confesso que não resisto quando o assunto são gatos. 

Já li vários e “Um gato de rua chamado Bob”, de James Bowen (Editora Novo Conceito – 2013) vem somar-se positivamente a este estilo. 

James Bowen é um musico das ruas de Londres, em programa de recuperação de drogas,  que encontra um gato ferido no corredor do seu alojamento. 

Sem saber de quem é o bichano, James acaba adotando-o meio que a contragosto.  

Bob porém revela-se um gato extremamente especial e torna-se torna-se peça fundamental na vida do músico.

É fantástico acompanhar a as mudanças que bichano introduz na existência de James. 

De alguém não visto na multidão, o músico torna-se uma celebridade só por ter Bob ao seu lado. 

As pessoas passam a considerá-lo, passam a conversar com ele, preocuparem-se, ajudá-lo de alguma forma, o que faz com que ele também repense várias de suas decisões de vida e parta para curar feridas e traumas emocionais do passado.

Bob e James
Assim Bob revela-se uma espécie de “curador”, que revoluciona a vida do humano que ele adotou (sim, porque todo mundo sabe que são os gatos que adotam os humanos, e não vice-versa). 

 
O convívio homem-gato evolui para uma relação que se solidifica numa amizade de compromisso e cuidado mútuos.
 
O livro também acerta em retratar a realidade da vida das pessoas que ganham seu dinheiro nas ruas. 
 
Suas leis, necessidades. Suas regras, perigos e riscos. 

James dá voz e visibilidade a esta gente que olhamos de soslaio na pressa do cotidiano. Que passamos ao largo sem considerar que ali estão pessoas ganhando dinheiro de forma honesta, como qualquer outro trabalhador  “de ambiente fechado”.

No fim temos um belo retrato de uma amizade “escrita nas estrelas”, além de uma bela reflexão social, intima e familiar que compõem o quadro de vida de James.

--------------------------------------
Apresentação do livro 
James e Bob num programa de televisao


Filme - A Caça

A Caça - Poster

Um filme que já incomoda antes de assistir.  

Sabendo-se que a história narra o drama de um professor injustamente acusado de molestar uma garota e que, por isto, torna-se um pária e é arrastado para um espiral kafkaniano de perseguição e julgamento, só mesmo movido por uma certa coragem para encarar “A caça” de frente. 

E é isto mesmo. 

O filme dinamarques não faz concessões e, de forma crua, nos convida a acompanhar o calvário de Lucas (Mads Mikkelsen) diante de uma comunidade que passa a enxergá-lo como um monstro,  a partir do momento em que Klara (Annika Wedderkopp) uma aluna,  cria uma fantasia na sua cabeça infantil, e faz um comentário que compromete seriamente o professor.

O que se vê daí por diante e crescente execração de Lucas praticada por aqueles que até então eram próximos (colegas, amigos, companheiros, etc) .  É angustiante ver os adultos forçando (com “delicadeza”)  os menores a “confirmarem” aquilo que eles querem acreditar.  

O professor vê-se então cada vez mais isolado, perseguido e agredido ( o que também ocorre com seu filho adolescente).  

A história barra pesada é narrada com pulso firme pelo diretor Thomas Vinterberg e o Mads Mikkelsen simplesmente incendeia a tela com seu talento. 


A força do seu olhar na cena da igreja justifica plenamente sua consagração como melhor ator no festival de Cannes 2012. 

Raramente vi um gesto aparentemente banal concentrar tanta energia, tanta eloqüência, tanta verdade e desespero.  

O final é aberto e perfeito.

 Pode desagradar alguns, mas mostra de forma clara como o preconceito e o julgamento se fixa na mente humana.


Trailer


Tuesday, August 27, 2013

Filme - Sharknado



Uma chuva de tubarões sobre Los Angeles. 

Sim, é isto mesmo.

Sharknado (mistura de “tubarão” com “tornado”) é um telefilme que mostra exatamente isto : uma chuva de tubarões assassinos, trazidos do mar por um tornado,  caindo sobre uma população que  acaba sendo defendida por uma espécie de grupo bronzeado de heróis.

Não, não tem lógica alguma.

Sim, a produção é paupérrima.

Sim, o roteiro é medonho.

Sim, os efeitos especiais são constrangedores.

Sim, os diálogos são imbecis.

Sim, as interpretações são dignas do Troféu Framboesa.

Sim, a cena final é para ficar clássica de tão indecentemente  absurda.

Sim, o filme é divertido.

Muito bom.





Sharknado - Absurda cena final
  Trailer


Teatro - Uma noite na lua



“Uma noite na lua”, de João Falcão, mostra a angústia de um autor ante a pressão de encontrar inspiração para escrever uma peça e a saudade de um amor perdido. 

Estes dois temas mesclam-se constantemente montando um cenário de confuso e melancólico sobre a situação do protagonista. 

A peça começa devagar, até meio enjoativa e repetitiva, mas cresce em por conta de um texto verborrágico que alterna momentos de maior ou menor força.

Gregorio Duvivier brilha numa atuação rica, precisa. 

Com notável expressão oral e corporal – sem excesso algum – transmite a aflição do protagonista de forma articulada e sólida. 

Na verdade toda sua movimentação parece um balé ensaiado nos mínimos detalhes. 

Me incomodou um tanto o tom, diria clown de certas passagens.  

Tambem o discurso “eu sou bom, sensível e abandonado”,  me leva a pensar em “auto-comiseração de palco”. 

Não me convence muito.

Mas no geral a peça vale.

Gregorio Duvivier

Livro : “Garota exemplar” - Gillian Flynn,



“Garota exemplar” , da americana Gillian Flynn, é um livro em camadas.

Quando parece que estamos indo num caminho óbvio, a autora introduz uma reviravolta que nos faz repensar tudo o que lemos anteriormente. 

Partindo de um acontecimento misterioso, porém banal, (esposa sumida – marido suspeito), Gillian nos oferece uma banquete gelado servido servido por um casal “moderno”  (Nick e Amy) – que parte do retrato do perfeito “american way of life” para o mais absoluto terror de uma relação arruinada .

E para isto, a autora joga todo o tempo com o leitor, atraindo-o e traindo-o a cada capitulo. 

A partir de certo momento é impossível prever o que virá a seguir.  

O livro começa a queimar nas mãos e ficamos com medo de seguir adiante. Rola um misto de fascínio e repulsa. 

Eu vibrei a cada página. 

E, confesso, sendo bem preconceituoso, pensei em vários momentos : “como uma mulher pôde escrever isso?”.

Algumas passagens são tão definitivamente masculinas que é supreendente o  perverso olhar machista  e, é verdade, misógino.

Mas  a coisa vai além. Muito além. 

Gillian não doura a pílula e, quando a perversidade surje, não tem medo de ir cada vez mais fundo na descrição da maldade, egoísmo e interesses que motivam as ações dos protagonistas.

Atenção : quem curte personagens perfeitamente definidos como bons ou maus afaste-se deste livro. 

Aqui eles são sombrios, camuflados. Seus valores são relativizados de acordos com os acontecimentos que muitas vezes lhes escapam das mãos.

Diante de cada surpresa do destino eles se adaptam no sentido de agir para melhor se ajustar em suas zonas de conforto (mesmo que estas zonas apóiem-se em valores nada morais).

O livro cresce a cada página e leva a um final, digamos, dúbio, que tanto pode agradar ou decepcionar.

Meu sentimento foi de “incômodo”.

Se por um lado aplaudi a ultima frase, por outro lado me incomodei com a, na minha opinião, concessão da autora ao “lado bom da força”.

Leiam e tirem suas próprias conclusões.

Gillian Flynn


-----------------------------------


“O retrato de um casamento tão aterrorizante que vai fazer você passar um bom tempo pensando em quem realmente é a pessoa que está ao seu lado na cama.” - Time

“Um thriller arrebatador, o retrato magistral do desenrolar de um casamento.” - The New Yorker

“Um thriller engenhoso e perverso. Uma leitura de tirar o fôlego, Garota exemplar mostra, por meio de reviravoltas e estranhezas, as tênues relações de poder entre homens e mulheres e como muitas vezes os casais estão à mercê de forças além de seu controle.” - Entertainment Weekly

“Com uma trama digna de Alfred Hitchcock, Garota exemplar vasculha os recônditos mais sombrios da psique humana. Uma leitura deliciosa, que vai prendê-lo até a última página.” - People

“Um suspense de ritmo alucinante e também uma cuidadosa análise da relação conjugal. Extremamente bem construído e surpreendentemente reflexivo, é uma leitura maravilhosa.” - The Boston Globe

“Ao mesmo tempo um thriller e uma história de amor macabra, escrito de forma incrível, com voltas e reviravoltas nada óbvias.”  - New York Post

“Com um humor negro e inteligente, Garota exemplar traz à tona uma verdade sobre os casamentos aparentemente perfeitos: às vezes é seu pior inimigo quem desperta o melhor em você e, nesse caso, é bom mantê-lo por perto.”  - Salon

“A história se desenrola de forma precisa e fascinante. Mesmo quando você sabe que está sendo manipulado, procurar as peças que faltam é metade da emoção.”  -  Oprah.com