“Dentrofora” é um espetáculo simples e angustiante.
No palco apenas um casal, cada um em uma caixa, falando.
Falando sobre o quê?
Sobre nada especificamente. Somente um homem e uma mulher divagando
sobre banalidades, recordações, em meio a vários assuntos aleatórios e
sem sentido. Apenas falando e se movimentando, cada qual na sua caixa,
como dois bonecos sem alma.
Logo tu percebe que eles não estão ali para expor sentimentos, traumas. E também não estão ali para algum tipo de conflito, para algum drama ou algo mais doloroso.
Muito pelo contrário.
Logo que alguma fala se aproxima de algo mais “profundo”, imediatamente eles desviam o assunto e voltam às banalidades entrecortadas com várias pausas silenciosas, o que impacienta o publico..
Tu fica tipo : que porra mais chata é esta? Nada acontece nesta bosta?
Só que isto não dura muito pois, a partir de certo momento, eles percebem que estão presos e começam a questionar se é possível sair daquela situação, se é possível sair da caixa.
O homem responde : “Sim, é possível”.
E o que se encontra fora da caixa? “Um caminho”.
E o que tem neste caminho? “Portas”.
E o que tem atrás destas portas? “Pode ter outras portas ou um muro” … e assim por diante.
Porém a questão é : eles querem sair da caixa? Querem sair daquela prisão “confortável”?
Que medo.
Liane Venturella e Nelson Diniz dão vida a este casal imobilizado num tom triste, meio robotizado e objetificado, porém coerente com suas personas.
A trilha sonora de Alvaro Rosa Costa é magnífica com toques minimalistas à la Philip Glass, e se encaixa muito bem ao clima, digamos, "gélido" da ação.
Aliás o conceito de minimalismo pode ser estendido à movimentação definida pelo diretor Carlos Ramiro Fensterseifer e à iluminação, que reforçam o sentimento de enclausuramento e sufoco dos personagens.
Baseado na peça “Hide and Seek”, de Paul Auster - que por sua vez foi baseada na peça “Dias Felizes” de Samuel Becket - “Dentrofora” vai na linha daqueles textos herméticos e difíceis que fazem a alegria do povo “cabeça” mas que provocam sono em 90 % da plateia. Aqueles textos que falam, falam e falam, mas “não dizem nada”.
Nesta linha, definitivamente “Dentrofora”não é uma peça fácil. Ao contrário, obriga o povo a “pensar” todo o tempo sobre o que está sendo apresentado, pois, do contrário, pode se achar tudo uma grande bosta.
Eu, que particularmente acho uma solene merda delírios no estilo “becketianos”, fiquei aterrorizado com o vazio dos personagens presos nas suas armadilhas travestidas de zonas de conforto e sai do teatro meio zonzo, com a cabeça fervilhando.
Valeu muito, mas definitivamente não é uma peça para o grande público.
Logo tu percebe que eles não estão ali para expor sentimentos, traumas. E também não estão ali para algum tipo de conflito, para algum drama ou algo mais doloroso.
Muito pelo contrário.
Logo que alguma fala se aproxima de algo mais “profundo”, imediatamente eles desviam o assunto e voltam às banalidades entrecortadas com várias pausas silenciosas, o que impacienta o publico..
Tu fica tipo : que porra mais chata é esta? Nada acontece nesta bosta?
Só que isto não dura muito pois, a partir de certo momento, eles percebem que estão presos e começam a questionar se é possível sair daquela situação, se é possível sair da caixa.
O homem responde : “Sim, é possível”.
E o que se encontra fora da caixa? “Um caminho”.
E o que tem neste caminho? “Portas”.
E o que tem atrás destas portas? “Pode ter outras portas ou um muro” … e assim por diante.
Porém a questão é : eles querem sair da caixa? Querem sair daquela prisão “confortável”?
Que medo.
Liane Venturella e Nelson Diniz dão vida a este casal imobilizado num tom triste, meio robotizado e objetificado, porém coerente com suas personas.
A trilha sonora de Alvaro Rosa Costa é magnífica com toques minimalistas à la Philip Glass, e se encaixa muito bem ao clima, digamos, "gélido" da ação.
Aliás o conceito de minimalismo pode ser estendido à movimentação definida pelo diretor Carlos Ramiro Fensterseifer e à iluminação, que reforçam o sentimento de enclausuramento e sufoco dos personagens.
Baseado na peça “Hide and Seek”, de Paul Auster - que por sua vez foi baseada na peça “Dias Felizes” de Samuel Becket - “Dentrofora” vai na linha daqueles textos herméticos e difíceis que fazem a alegria do povo “cabeça” mas que provocam sono em 90 % da plateia. Aqueles textos que falam, falam e falam, mas “não dizem nada”.
Nesta linha, definitivamente “Dentrofora”não é uma peça fácil. Ao contrário, obriga o povo a “pensar” todo o tempo sobre o que está sendo apresentado, pois, do contrário, pode se achar tudo uma grande bosta.
Eu, que particularmente acho uma solene merda delírios no estilo “becketianos”, fiquei aterrorizado com o vazio dos personagens presos nas suas armadilhas travestidas de zonas de conforto e sai do teatro meio zonzo, com a cabeça fervilhando.
Valeu muito, mas definitivamente não é uma peça para o grande público.
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