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Friday, October 13, 2017

Filme - Verónica

Uma psicóloga reclusa resiste a hospedar na sua casa – fincada nas matas de uma montanha - uma paciente para tratamento “indoor”. Porém, como é um pedido especial de um antigo professor, ela concorda.

De cara a ideia já é absurda, pois qual profissional concordaria hospedar e tratar uma paciente na sua casa, ainda mais sem saber qual é o histórico mental da criatura?

Mas esta é a jogada do filme “Verónica”, um filme mexicano de 2017 disponível no Netflix.

Meio que ignorando esta situação estapafúrdia vamos adiante.

Então o que temos é uma espécie de dinâmica de gato e rato, com a psicóloga tentando ajudar a paciente a mergulhar nos seus traumas, e a paciente criando um jogo de sedução sexual e enfrentamento com a profissional.

Logo as coisas se embolam a tal ponto que acabam ruindo as barreiras físicas e emocionais entre as duas e a coisa só pode dar merda.

Mas “Verónica” guarda uma surpresa, a qual, quando é revelada, dá uma guinada e acaba torcendo teus miolos.

Tu fica tipo “que porra é esta?”, e acaba caindo em “que merda de filme!” ou “que filme genial!”.

Fiquei com “que filme genial!”

Muito bom mesmo.

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Segue abaixo o comentário do amigo Marcio Padilha sobre o filme. Achei excelente.
  
Bom, “a” Verónica me chamou atenção muito antes de iniciar a assistir o filme. 

Explico: minha curiosidade começou com o título. 

De cara, pensei na Verônica da Bíblia. Como não sou muito “do povo da Bíblia”, perguntei a minha mãe que é e eis que Verônica foi uma das fulanas que, com seu manto, tocou o rosto de Jesus durante a Via Dolorosa e foi curada do achaque que naquele momento lhe afligia. 

Logo, já imaginei que era algo sobre alguém que, de uma forma ou de outra, buscava uma cura. Daí fixei mais obsessivamente na “Verónica” e fui buscar a etimologia do nome.

Li algumas coisas na internet (nem todas concordam com isso) que é um nome que se deriva da expressão eclesiástica “vera icona”; i.e “verdadeira imagem”. 

Logo, seria algo de múltipla personalidade” ou afins?

 Então começo a assistir ao filme e achei imediatamente que aquelas tomadas de céu, horizonte, pinheiros, etc... eram super existenciais. 

E o filme era em preto e branco.

 Li um artigo sobre cinema há anos, no México, que dizia que, nos dias de hoje, fazer um filme em preto e branco era uma ato de militância ideológica autodestrutiva já que se o “preto” e o “branco” nos remetem ao absolutismo do “sim” e “não”, do “tudo” ou “nada”; este dito absolutismo de desintegra e deixa de existir nos vários tons de cinza que se fazem necessários para que se consiga ver diferentes profundidades na imagem e assim criar uma figura “legível” à percepção dos sentidos humano. 

E no final das contas, achei que era tudo isso mesmo. 

Tanto que o filme passou ao colorido quando ela conseguiu se confrontar consigo mesmo e a busca do seu eu cessou. 

Mas daí, quando a dissonância entre os diferentes eus cessou, o fim do filme retoma o início em um paradoxo que nos deixa meio sem ação. 

Eu gostei desse filme. 

Me surpreendi por ser um filme mexicano. 

Achei que fosse espanhol porque no inicio, quando ela atende o telefone, ela disse “Diga”, o que é espanhol. 

Os mexicanos atendem o telefone e dizem “Sí, bueno”. 

Então, até nisso é meio “engana a torcida”.

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