Em 1968, em meio à manifestações comunistas - estudantis agitando o país, cinco funcionários da Universidade de Puebla (México) decidem passar um fim de semana escalando o extinto vulcão La Malinche, próximo ao povoado de Canoa.
Porém ao chegar no lá são surpreendidos por uma tempestade e, então, buscam um lugar para passar a noite.
O que eles não sabem é que o local é dominado por um pároco dominador e fanático que acaba incitando o povo, religioso e analfabeto, à agressão, ao acusar os garotos de serem estudantes comunistas que chegaram lá para roubar o gado, matar o pároco, sequestrar os filhos do povo e começar um estado comunista colocando uma bandeira vermelha e negra defronte à igreja.
Para isto conta com o apoio das autoridades locais, manipuladas por ele, e também dos “meios de comunicação”, que na verdade é um sistema de alto falantes na praça que toca músicas e serve para divulgar mensagens.
Montado o cenário, logo a coisa toma vulto e o povoado vira uma panela de pressão que explode no linchamento dos visitantes (apenas um sobrevive).
Considerado um dos vinte filmes mais importantes do México, “Canoa” (dirigido por Felipe Cazals) mostra esta tragédia real num estilo quase documental, mostrando os acontecimentos através de vários pontos de vista, o que enriquece a trama.
Porém fiquei com a impressão de que o filme poderia ser bem menor e não encher tanta linguiça com cenas dos rapazes confraternizando ou com seus muitos “discursos-denúncia”.
De qualquer forma, “Canoa” cumpre muito bem seu papel de expor como algumas forças sociais – como religião, imprensa e governo – conseguem efetivamente manipular a opinião pública e instigar as massas às ações mais perniciosas.
É claro que depois da merda feita os grandes não assumem nada e a coisa toda se dilui pelo bem das instituições.
No caso aqui foi o que aconteceu, sendo que apenas dois dos muitos acusados cumpriram pena.
Chocante
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