Só que não.
O que vemos é uma colcha de retalhos, descosturada e mal arrematada, que apresenta, aqui ou ali um ou outro momento de humor proporcionado por algumas situações bizarras, surreais, absurdas.
Porém estes momentos não são suficientes para encobrir alguns discursos bem preconceituosos do texto quanto à aparência feminina – e alguma coisa da masculina também - , tipo a condenação explícita de rugas, barriga, culotes, peitos e bundas caídas, calvície, etc, tudo jogado na cara da plateia de uma “forma cômica” e "reflexiva".
…. hummm ….
Enfim, é claro que tudo pode ser visto como uma grande crítica à imposição “do belo”, como uma crítica à incessante busca da perfeição à qual as mulheres, inseguras, se lançam almejando a eterna juventude.
Sim, a obra pode até ter esta leitura, porém a forma como a maioria das coisas foi apresentada me cheirou preconceituosa.
No final não sei se a peça condenou ou validou a neurose quanto as tais intervenções estéticas, as quais, para mim, são completamente válidas desde que a pessoa não extrapole e se torne um zumbi esticado.
Mas a peça é ruim e não vale a pena…
1 comment:
Great readingg your blog
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