Tenho que admitir
que o Charlie Donlea é um autor ardiloso.
Sem muito talento
para criar personagens consistentes, ou para esclarecer alguns pontos
da trama, ele tem sim o valor de enganar o leitor de forma
fenomenal.
Quando o mistério
do livro se revelou, tive que voltar alguns capítulos para reler
determinados trechos e ver que, sim, eu tinha sido ludibriado (tipo "que merda é esta?" ... ai que
ódio..).
Este é o principal
mérito do thriller “A garota do lago”, que acompanha a
investigação de uma reporter (Kelsey Castle) sobre o assassinato
de Becca Eckersley, uma jovem estuprada e assassinada na paradísica
casa de lazer da família.
O livro é
construído com capítulos se alternando no tempo, de forma a contar
– no passado - as peripécias de Becca e seus amigos antes de
entrarem na Universidade, e, no presente, a evolução da
investigação de Kelsey.
Isto dá uma
dinâmica muito boa à trama e mantém o interesse todo o tempo.
Porém quase todos
os personagens são rasos como um pires de chá. Criaturas óbvias e
estereotipadas, quase caricaturais que beiram à
imbecilidade –ou à mais estúpida candura- nas suas ações e /
ou relações em alguns momentos.
Mas não dá pra se
pedir muito pois o que interessa mesmo é o suspense da investigação
e descobrir, afinal, o tal do assassino (ou assassina – ou
assassinos – ou assassinas).
E isto o livro
cumpre bem.
A resolução é
muito boa mesmo, apesar de, como já disse, deixar uns buracos
constrangedores na história.
De resto, "A Garota do Lago, revela-se um thriller rápido
e rasteiro que cumpre com méritos a função do lazer descartável.
Vale …
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