Este homem gay
quebra o silêncio de sua história de terror de violência doméstica
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Agora que começamos
a temporada de Orgulho, sinto uma sensação de paz e serenidade na
minha jornada.
Sou grato por ser um
homem gay próspero que vive na cidade de Chicago, meu lar desde o
nascimento.
Eu nem sempre me
senti assim.
Na verdade, nunca
pensei que chegaria aos 30 anos, e muito menos viver até os 50.
Sou um sobrevivente
de agressão sexual infantil. Eu também sou um sobrevivente de abuso
doméstico. Experimentei abuso mental em meu relacionamento com minha
segunda esposa. Depois que me assumi como gay, sofri abuso implacável
mental e físico nas mãos de um parceiro.
Você pode ter lido
sobre o horrível crime que sofri quando criança. Eu compartilhei
essa história com o mundo alguns anos atrás. Foi doloroso revelar a
minha verdade, mas também libertador.
Fui estuprado aos 9
anos pelo serial killer John Wayne Gacy.
Quando criança, não
consegui falar sobre essa tragédia. Era um tabu. Vivi minha vida nas
sombras. Eu vivi em silêncio. Eu vivia com vergonha. Nunca pensei
que minha rigorosa família católica rigorosa entenderia.
O segredo do meu
trauma infantil levou-me a um ciclo de vitimização. Eu entrei em
vários relacionamentos abusivos, e o medo me obrigou permanecer
neles.
Entendo muito bem o
estigma e o isolamento que enfrentam sobreviventes, masculinos e
LGBTQ, de abuso doméstico.
O ponto de ruptura
veio literalmente quando meu então namorado me jogou de uma escada e
fraturou severamente meu braço. Isso me levou a uma profunda
depressão e a uma tentativa de suicídio. Eu me senti impotente. Não
vi saída.
Felizmente, eu
finalmente encontrei os meios para ligar para o Centro na linha
direta de abuso de 24 horas da Halsted, o que me conectou a recursos
vitais que salvaram minha vida. Com a ajuda do centro, e o apoio e
incentivo de amigos e entes queridos, livrei-me de décadas de abuso.
Finalmente tive a
coragem de me afastar da violência.
Nem todo mundo tem a
força e os meios de apoio para superar essa provação. São estes
tipos de indivíduos que eu procuro alcançar no meu novo papel como
um sobrevivente gay de violência doméstica.
Durante a minha
jornada de cura, meu caminho atravessou o de Denise Brown, a irmã
mais velha da falecida Nicole Brown Simpson.
Depois de perder a
Nicole, em um terrível ato de violência que comoveu a nação,
Denise usou sua dor para se tornar uma campeã para os sobreviventes
de violência doméstica.
Ela fundou o “Elite
Speakers Bureau”, uma agência que representa indivíduos como eu,
que estão tentando fazer uma diferença positiva contando nossas
histórias e auxiliando outros que se sentem sem ninguém.
Eu sou o primeiro
participante do grupo que é um sobrevivente masculino gay.
Agora compartilho a
minha experiência e utilizo a minha voz para fortalecer os outros,
falando ao público em todo o país sobre a violência de parceiros
(ou parceiras) íntimos (as) que afeta tanto os homens homossexuais,
heterossexuais e a comunidade LGBTQ.
A “Coalizão
Nacional dos Programas Anti-Violência” define a violência de
parceiro íntimo como “uma questão séria, ainda ignorada, que
afeta as comunidades LGBTQ e comunidades infectadas pelo HIV".
Seu último relatório ilustra esse ponto. Eu pretendo fazer a minha
parte e jogar uma luz sobre este tópico e fazê-lo “fácil” de
falar a respeito.
Se continuarmos a
olhar para o outro lado, o problema só irá persistir.
Assinar com o Elite
Speakers Bureau levou tempo.
Em 2012, fui
escolhido como um dos seis sobreviventes de trauma para ser porta-voz
do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Departamento
de Abuso de Substâncias e Administração de Serviços de Saúde
Mental.
Em 2016, fiquei
emocionado ao receber uma carta de resposta do presidente Obama me
elogiando por compartilhar minha história e ser o tipo de
sobrevivente que auxilia outras vítimas.
Em 2016, fui
escolhido como orador principal da Fundação Break the Silence, uma
organização sem fins lucrativos de violência doméstica, e depois
eleito para seu conselho de diretores como presidente do comitê de
planejamento.
Através deste
trabalho me tornei mais forte. Hoje, auxilio outras pessoas que vivem
em circunstâncias pelas quais passei.
A violência
doméstica pode ocorrer em relacionamentos heterossexuais ou do mesmo
sexo.
Isso aconteceu
comigo em ambos, e eu sobrevivi.
Você também pode.
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PATRICK DATI é um
autor, palestrante motivacional e advogado para sobreviventes de
violência doméstica. Ele é representado pelo Elite Speakers
Bureau, fundado por Denise Brown. Dati também é o autor do tocante
livro de memórias “I Am Me”.
Leia mais sobre
Patrick em http://www.patrickdati.com.
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Link para a matéria original :
https://www.advocate.com/commentary/2017/6/01/gay-man-breaks-silence-his-domestic-abuse-horror-story
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