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Monday, May 19, 2014

Filme - Blancanieves


De cara já vou dizendo que sou contra as touradas. Aliás, sou contra qualquer tipo de “diversão” que envolva animais, tipo farra do boi, rodeios, laçadas, pesca esportiva, gaiolas, aquários, zoológico e tantas outras aberrações que os humanos inventaram para explorar os animais como entretenimento (isto sem falar em “comer animais”, mas isto é outro assunto).

Então tenho que afirmar que fiquei tri incomodado quando percebi que o “Blancanieves”  (Espanha 2012) tem como grande pano de fundo o mundo das touradas espanholas, com os heróis matadores simbolizando, obviamente, coragem, superação, fé , confiança (ou seja os “nobres valores humanos”), e os pobres touros, por sua vez, reduzidos a bestas enormes , insanas e demoníacas,

Portanto, minha primeira tendência já de cara foi rejeitar o filme por questões, digamos, “éticas”.

Sofia Oria vive Carmencita na infancia
Mas que nada, a medida em que a história avançou, e diante de um deslumbramento contínuo em relação ao que estava assistindo, vi que estava prestes a deixar de viver uma experiência sensorial fantástica se ficasse naquele ranço politicamente correto.

Pude então relaxar e entrar naquele mundo de carnificina a partir da visão dos personagens (seus dramas, suas alegrias, seus amores, suas conquistas, suas derrotas, seus destinos). 

Daí não teve como não me entregar a esta fábula fantástica, preto e branco e silenciosa que reconta a clássica história da Branca de Neve por um viés sombrio, gótico, trágico.
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Esta legitima obra de arte, engendrada por Pablo Berger, inicia com renomado toureiro Antonio Villalta (Daniel Giménez Cacho)  sofrendo um acidente na arena, em pleno ato das suas habilidades, o que desencadeia uma sequência de horrores para si e para sua esposa grávida Carmen de Triana (Inma Cuesta).

Logo entra em cena Encarna (Maribel Verdú, over total - absolutamente fantástica como não poderia deixar de ser) uma enfermeira do mal, manipuladora que torna-se a Sra Villalta e madrasta de Carmencita (filha de Carmen e Antonio).

Carmencita ainda vive dias de felicidade enquanto mora com a avó, mas sua triste sina inicia quando se vê obrigada a viver sob o mesmo teto da madrasta e do pai inválido.

Não é necessário entrar em maiores detalhes do que acontece a seguir, mas são surpreendentes os caminhos que o filme toma, misturando elementos da história clássica (num tom “lírico”) com acentos adultos, ousados e, por que não dizer, cômicos (o lance com a resvista tipo “Caras” é genial).

Macarena García vive Carmencita adulta
Então, mesmo sabendo a história de trás pra frente, somos instigados a acompanhar a trajetória da  garota apoiada num background belíssimo (roteiro sólido, trilha sonora fantástica, fotografia deslumbrante e atores perfeitos)

O final, absolutamente inovador, perturbador e comovente, deixa um travo na garganta. Tu fica, tipo, “Meu Deus, e agora ? Como fica o “para sempre””?

Aí é que está a maravilha da coisa : ninguem sai ileso deste Branca de Neve Punk.

Filmaço

TRAILER :



IMAGENS :










2 comments:

Jorge Monteiro said...

Bom filme, até o idiota do diretor resolver cagar no final - absolutamente broxante.
E vivam as touradas, os toureiros e as churrascadas.

Iuri said...

Obrigado por passar aqui, Jorge. Volte sempre