Publicação no Jornal Zero Hora em 21/02
DIRETOR DE "TITANIC" PRODUZ FILME CONTRA O CONSUMO DE CARNE
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Comendo carne não se consegue correr mais rápido, nem ser mais forte, argumenta um documentário apresentado na segunda-feira no Festival de Berlim, no qual até o ator e ex-fisiculturista Arnold Schwarzenegger se soma à causa vegetariana em nome da saúde e do meio ambiente.
Dirigido pelo documentarista vencedor do Oscar Louie Psihoyos e com produção de James Cameron (diretor de Titanic), o documentário The Game Changers busca desmontar o mito em torno do consumo de proteínas animais, entrevistando os esportistas de elite que chegaram ao topo com uma dieta vegetariana.
Os corredores Cari Lewis, Scott Jurek e Morgan Mitchell, o nadador Murray Rose, o levantador de pesos Kendrick Farris e até um dos homens mais fortes do mundo, Patrik Baboumian, capaz de levantar mais de 500 kg, são provas de que é desnecessário consumir carne para ganhar em energia e força.
Até “os gladiadores eram vegetarianos”, aponta o documentário de Psihoyos, fazendo eco a um estudo elaborado a partir de cerca de 5 mil ossos pertencentes aos lutadores romanos.
Mas para além do que poderia ser uma constatação curiosa, o filme, exibido na seção Cinema Culinário da Berlinale, mergulha em estudos científicos e opiniões de especialistas, que advertem sobre os riscos para a saúde de ingerir proteínas animais, especialmente relacionados com as doenças coronárias.
Nesse contexto, Schwarzenegger reconhece ter passado de consumir 110 gramas por dia de proteína animal a levar uma dieta vegetariana.
- Aos meus quase 69 anos, tenho o nível de colesterol mais baixo da minha vida - assegura o Exterminador.
Psihoyos, um ambientalista que em 2010 ganhou um Oscar com o filme The Cove, no qual denunciava a pesca de golfinhos no Japão, chegou à conclusão de que a melhor maneira de lutar pela preservação do planeta era apelando aos hábitos alimentares.
- Comprar um carro híbrido ou mudar o tipo de lâmpadas tem muito menos impacto do que a alimentação, dado que comemos três vezes ao dia - defende o cineasta americano.
Psihoyos assegura que cada um pode encontrar o argumento que melhor lhe convenha no documentário para parar de comer carne.
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