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Thursday, December 06, 2012

Revisitando os Clássicos / Encontro II – Dante e Maquiavel



Casa de Ideias - Revisitando os clássicos com Prof. Voiltaire Schilling


Encontro II – Dante e Maquiavel

Dante – A Divina Comédia.



Mais uma super aula com o Mestre Voltaire.  

O cara é um monstro de conhecimento.  Isto tem seu valor, mas o que realmente importa, é o que é que a criatura faz com toda sua bagagem de conhecimento, com  sua erudição. 

Ou pode se tornar um pedante, com um discurso impenetrável – conheci alguns acadêmicos assim- , ou então é abençoado com a arte da didática e transmuta sua erudição num discurso acessível e agradável.  Voltaire é assim. Não dá nem pra perceber o tempo passar. Quando vemos, já está na hora de terminar o encontro.

Em relação ao Dante, o mestre, como não poderia deixar de ser,  fez toda uma explanação da situação sócio-político-cultural-religiosa da Itália na época em que a Divina foi criada.  

Dante, era um poeta e político interessado na unificação da Itália,  tanto pelo lado do poder (foi exilado devido a divergências internas no partido a que pertencia) quanto no lado da cultura  - fez parte do movimento Dolce stil nuovo, um movimento de renovação e afirmação da poesia e da prosa italiana em detrimentoda latina – ainda muito associada a elite e decadência de Roma.  

É impressionante a capacidade do Schilling linkar a obra em discussão com outros assuntos. 

Ontem me caiu os butiá ao saber que um esperto da  KGB, teria se inspirado na descrição do Limbo (ou Primeiro Círculo do Inferno, segundo Dante), para criar, no mundo real uma espécie de gaiola de luxo (na verdade uma prisão), onde, na época do Stalin,  as mentes russas brilhantes – de várias áreas - eram confinadas e condenadas a “produzir”

AlexanderSoljenítsin, foi um dos que passaram um tempo nesta prisão e sua experiência no local inspirou seu livro  “O Primeiro Circulo””.

Para saber mais sobre a Divina Comédia, clique aqui.

Maquiavel – O Principe.

 Aqui o que ficou fixado foi a idéia de que o jogo político não é imoral e sim amoral.  

E isto necessariamente não seria bom ou ruim,  pois o homem público – o imperador, o governante – para se manter no poder,  teria que “se adaptar” de acordo com as mudanças das circunstâncias (do “ambiente”), mesmo que, para isto tenha que ignorar promessas e juramentos feitos anteriormente.

É chocante ouvir isto, mas a coisa  é mesmo assim.  Vide a história recente do país que  mostra  que, neste sentido,  o Lula reza quase ipsis litteris pela cartilha do  Maquiavel.

Segundo Voltaire :

“O Principe” é um “Extraordinário manual de política que se tornou um clássico universal, Seu intento era orientar os chefes do governo (O Príncipe) em como alcançar, manter e estabilizar-se no poder, para tanto descartando as regras da moral comum e da ética religiosa. É uma descrição realista das maneiras de conduzir-se nos negócios públicos internos e externos.

A política é uma prática amora, regulada pelos resultados finaise que pouco segue a ética convencional dos cidadãos ou dos súditos.  Necessariamente um homem bom e honesto não é um político eficaz; deve haver uma fusão entre o homem e o animal, meio homem meio raposa, meio homem e meio leão, e sempre deve ser amparado pela Fortuna (boa sorte)

Para saber mais sobre O Príncipe, clique aqui.

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