Só assim se pode descrever “TheNormal Heart”, o telefilme da HBO - dirigido por Ryan Murphy e escrito por
Larry Kramer, baseado em sua própria peça teatral de 1985 - com elenco multiestelar, que na sua proposta –
enquanto “obra contudente” – pretende mostrar (denunciar ?) os efeitos
sócio-político-culturais ocorridos durante o surgimento da AIDS (início dos
80´s) nos Estados Unidos.
Acontece que o tema é punk por si só, e não merecia ser
alvo deste “upgrade dramático” com muito close na cara do povo (o público tem
que se desviar das lágrimas que jorram durante todo o filme), muito close nos
efeitos da doença (fica evidente a fixação do diretor em preencher a tela com detalhes
escabrosos da degeneração dos corpos),e muita gritaria.
Sim,
porque de tempos em tempos algum personagem recebe a Regan e faz a
“tô loca” – tudo em nome da “verdade”, da “coragem”, da “franqueza”, da “honestidade”
- em cenas tipo assim, “me exorcisa JÁ !”.
A coisa é ridícula, com as criaturas alternando momentos
íntimos, introspectivos, amorosos com outros completamente fora da casinha
Julia Roberts, como a doutora
paraplégica consciente e lutadora, nos brinda com uma performance que vai da
“angelical” ( onde rolam olhares “doces e afetuosos” direcionados
aos doentes ) à “tô ebulindo” em cenas de berros , tipo assim, “minha
TPM me domina!”. Êta mulher surtada. Seu “discurso desabafo” diante dos
homens da grana, perto do final do filme, é digno de uma reclusão no hospício com direito a chave
atirada no arroio.
Mark Ruffalo (o gostosão mor),
num personagem “complexo e consciente” passa a maior parte chorando e gritando. Tudo bem, deuso como ele
é, até que se tenta dar um desconto. Mas só que não. Mesmo com ele, a
decisão não é engolir mas sim cuspir fora. Seu personagem é intragável
com cenas dignas de “carminha me bate!”. Uma coisa muito vergonha alheia.
Lamentável
Jonathan Groff ( a bixa Broadway
– e um dos motivos que me levaram a parar para ver esta josta )
morre nos cinco minutos iniciais. Só dá tempo da bee mostrar o corpão na praia,
falar nem meia dúzia de palavras, e partir direto pro Nosso Lar com direito a
cinzas atiradas ao mar. Que brochada !
Taylor Kitsch (o Gambit do
X-Men), todo alourado, faz uma bee que não quer sair do armário, mas aceita ser
presidente de uma espécie de ONG GAY. Como? A poderosa quer ser
rainha mas não quer sentar no trono? Vá entender.
Matt Bomer ( o legítimo Ken
de carne e osso) faz a bonita que se envolve com o Ruffalo ( ai meus
saco, que inveja) e que desenvolve a AIDS. Realmente Matt se puxou
(como se diz, “deu tudo de si”) pois sua tranformação física é aterradora.
Já Jim Parsom, o hilário Sheldon
do Big Bang, faz uma bee discreta e tranquila sempre pronta a dar apoio aos demais. O
personagem é um dos raros a não dar piti.
De resto, não se salva nada neste
quadro da dor.
Então, infelizmente o que
prometia ser “um acontecimento” – devido
aos talentos reunidos – na real revela-se um baita de um malogro, com tu te
perguntando todo o tempo “What the fuck ?”
Uó total
================================
MOMENTOS EXPLÍCITOS DE DEGRADAÇÃO FÍSICA
================================
MOMENTOS MARK RUFFALO CHORANDO
================================
MOMENTOS JONATHAN GROFF
(NO MÁXIMO 10 MINUTOS DE FILME)
================================
Momentos GRITOS & BAFÃO
(UM PEQUENO EXEMPLO)
================================
MOMENTOS FRASES DE EFEITO
================================
================================
Momentos ROMANCE
=========================
IMPRENSA
1 comment:
Criticar um belíssimo trabalho cinematográfico com argumentações sem contundência, sensibilidade e falta de conhecimento sobre o tema é totalmente impertinente. The Normal Heart é um dos melhores trabalhos que abordam a temática gay da história do cinema, considerando que grandes clássicos como Philadelphia e BrokeBack Mountain, que são obras totalmente trágicas, mas que têm a pretensão de promover um pouco mais de aceitação. The Normal Heart vai além, mostra um contexto real, que por si só era dramático. Então eu te pergunto: Como não dramatizar uma história tão caótica? Como não comover as pessoas com uma verdade depressiva? Como não provocar indignação social em uma sociedade que ainda marginaliza a classe homossexual?
Pesquise um pouco mais, assista a documentários sérios, veja um pouco mais do histórico LGBT e reveja seus conceitos se The Normal Heart é ou não é um grande filme (assim como Milk é).
Post a Comment