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Sunday, November 24, 2013

(Autora : Niara) Bjork

Bjork e Niara
Nesses últimos dias passei por um tratamento complicado nos olhos e ainda terei duas cirurgias pela frente. Claro que isso me deixa mais sensível do normal.

Esse preâmbulo é somente para contextualizar a verdadeira história que quero tratar nesse post. Na verdade o assunto é outro, mais singelo, mais puro.

No dia 16 de novembro, estava em casa repousando e tentando assistir a televisão. Estava, como de hábito, recostada no sofá quando senti um leve toque no meu ombro. Era minha gata Bjork avisando que estava ali. Era como se ela dissesse "você não está sozinha mamãe, estou aqui contigo, te fazendo companhia"

Eu estava com o celular à mão e quis tirar uma foto daquele momento. Quem conhece gatos sabe que tirar uma foto dessas é praticamente impossível, pois eles mudam de ação de forma muito rápida. Mas nesse dia não, ela permaneceu fazendo carinho com o focinho o tempo suficiente para que eu pudesse tirar a tão desejada e rara foto.

Postei a foto no Facebook e uma coisa inédita aconteceu : tive 37 curtir. Talvez possa parecer pouco, mas além do número, o que me surpreendeu foi a manifestação de amigos que nunca antes haviam curtido minhas fotos. E isso aconteceu de forma muito rápida também.

Comecei a pensar no motivo pelo qual essa foto tinha se tornado tão especial. A beleza da gata siamesa? O inusitado do tipo de foto sendo uma gata a personagem principal? O carinho demonstrado?

Talvez contando a trajetória da minha relação com a Bjork, o motivo fique mais claro :

Ela não foi minha desde pequena. Antes disso foi comprada por amigos e minha sobrinha Ana escolheu seu nome. Quando soube, pensei, sendo também fã dessa cantora : “porque não pensei nisso antes? Que nome legal!”

Durante algum tempo recebi notícias de longe e fiquei sabendo que ela tinha dado à luz a seis gatinhos, estava muito magra e que em um determinado dia tinha chegado a desmaiar.

Uma bela noite, eu, meu irmão Iuri e meu cunhado Luciano fomos convidados pra jantar na casa de nossa sobrinha Ana e, para nossa surpresa, nossos amigos haviam deixado a Bjork na casa dela, pois estavam viajando e pensavam na possibilidade de doar a gatinha.

Quando vimos aquela gata com extrema magreza, eu e meu cunhado conspiramos para levá-la para minha casa, pois decidi na hora adotá-la. Pegamos uma toalha de nossa sobrinha, enrolamos e sequestramos minha nova filha levando-a para meu apartamento. Pedi à Ana que avisasse aos nossos amigos o acontecido.

Em casa, os primeiros dias foram uma tragédia. Minhas gatas mais velhas e maiores batiam na nova irmã e eu vivia apartando as brigas. Por medo de banho, ela não entrava no banheiro onde fica a caixa de areia e, para meu horror,  fez necessidades em um lugar que eu não descobria. Minha família foi contra, disse que minha casa estava inabitável - brigas, uma confusão total.

Com o tempo as coisas se ajeitaram, ela aprendeu a utilizar a caixa de areia, as brigas felinas reduziram  e ela foi se recuperando com a comida especial que eu passei a preparar para que ela (fígado de frango grelhado). 
Bjork

Com o tempo ela tornou-se  uma gata realmente linda, chamando a atenção de quem me visitava, chegando ao ponto de me pedirem ela de presente.

Ela começou a se relacionar comigo de forma diferente das outras, pois sempre foi mais brincalhona. Adora até hoje que eu jogue papel de bombom para ir buscar correndo e trazer de volta, como se fosse um cachorro. Quando vou dormir, corre para a cama para brincar de se esconder sob as cobertas.

Nos últimos tempos, entretanto, seu comportamento se modificou. Ela, que sempre dormiu nos meus pés ou fora da cama,  em virtude dos lugares mais nobres (ao lado do meu travesseiro e em cima de mim) serem ocupados pelas gatas mais velhas - a malvada Nicky e a malhada Jackye Brown -, começou a brigar para mudar a posição. Eu disse aos meus familiares e amigos: "A Bi (apelido carinhoso) perdeu o amor à vida! Desafiou a hieararquia e começou a brigar com a Nicky para poder deitar ao meu lado!"

E tanto incomodou que conseguiu. Hoje ela dorme ao lado do meu travesseiro em cima da minha mão, de preferência. Eu não imaginava no início de nossa relação que essa iria evoluir para um amor tão profundo, tanto  que lhe deu coragem de desafiar as irmãs que têm o dobro do tamanho dela. E principalmente a Nicky (Nicole Kidman Palma), que é arisca e malvada!

Dei-me conta então que a atração da foto citada no início da história, e que é o motivo desse post, é a demonstração de um amor construído de forma conturbada, inesperada, com valentia e coragem por parte dela.

A foto conta toda essa história, mesmo que as pessoas não a conheçam. O que aparece ali, não é um tipo de sentimento que nasce de uma hora para outra e penso que quem viu e curtiu, sentiu isso,  mesmo que inconscientemente,  pela expressão sua e a minha alegria em receber esse amor puro no momento de fragilidade pelo qual estou passando, apesar do apoio da família e dos amigos queridos.

Bjork Palma é uma companheira como poucas e hoje sinto que, apesar dos tropeços iniciais, foi a decisão mais correta que eu poderia ter tido.

Dedico esse Post a todos os amantes de felinos que sabem reconhecer nessas criaturas nobres e independentes a  felicidade que podem trazer às suas vidas.

1 comment:

Carla Soares said...

Que texto mais lindo, que amor mais lindo, Niara. Esses felinos são demais. Bjos