Cristo Salva?
... pois então...
Vendo o filme “A Prece” podemos chegar à conclusão que sim.
Ou não seria bem assim?
Mas, e se Cristo não salva o que será então que aconteceu com o protagonista Thomas (Anthony Bajon, numa atuação premiada com o Urso de Ouro de Melhor Ator, Berlim 2018), um jovem que encontra a cura do vício das drogas ao participar de um grupo de recuperação baseado na fé religiosa e que, cuja experiência, o leva a querer se dedicar definitivamente ao cristianismo?
Se não foi Cristo que o salvou, foi o que então?
Pois bem...
No início, quando chega ao local, Thomas está assustado, agressivo, arredio e fracamente motivado, o que só piora quando toma conhecimento dos mandamentos espartanos a que todos devem se submeter.
Porém tais restrições vêm acompanhadas por sensações que o jovem não está acostumado como apoio, atenção, amizade e acolhimento, o que de certa forma o seduz.
Mesmo assim, Thomas não entende como as rezas, cantos, trabalhos, meditações e disciplina poderiam lhe ajudar. Isto o leva a quebrar regras, cometer alguns delitos e, digamos assim, repudiar a “doutrina”.
Porém as coisas não são tão simples e, após vários conflitos (internos e externos) e vivências (emocionais e espirituais), o jovem “ouve o chamado” e parte para ...
(sem spoiler)
De qualquer forma, algo que o filme deixa evidente – e que é verdadeiro- é que uma rede de apoio baseada no não julgamento, no compartilhamento, no acolhimento, no trabalho e no amor pode ser muito eficiente.
Porém tais redes só alcançam sucesso se apoiadas na ficção religiosa?
Fé, amor, acolhimento, superação e renovação são fenômenos exclusivamente religiosos?
Sabiamente “A Prece” não entrega respostas fáceis – o que pode incomodar muita gente - e o final deixa as pessoas tipo “mas e daí?... o que o filme quis dizer?”, e pode frustrar tanto os cristãos quando os ateus .... e isto é um grande mérito.
Muito bom para pensar .
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