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Wednesday, December 19, 2018

Filme - Cold War


Existe um lugar para nós
Em algum lugar, um lugar para nós.
Paz e quietude e ar limpo
Esperam por nós em algum lugar.

Existe um tempo para nós.
Algum dia, um tempo para nós.
Tempo juntos e sem pressa.
Tempo de aprender, tempo de cuidar.
Algum dia.

Em algum lugar
Encontraremos uma nova forma de viver.
Encontraremos um caminho para o perdão.
Em algum lugar ...

Existe um lugar para nós.
Um tempo e um lugar para nós.
Segure minha mão e estaremos quase lá.
Segure minha mão e te levarei até lá.
De algum modo.
Algum dia.
Algum lugar.

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“Somewhere” (Algum lugar) – do musical West Side Story – imediatamente veio à minha cabeça quando terminei de ver “Cold War” (Guerra Fria - 2018), longa polonês de Pawel Pawlikowski indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro.

Definido como "uma história de amor impossível em tempos impossíveis", Cold War remete imediatamente à “Somewhere” ao narrar a saga de um casal que, apesar de trafegar e viver em várias cidades e países, não encontra seu lugar no mundo.

A saga começa em 1949, numa Polônia recém introduzida ao comunismo Stalinista.

Ali conhecemos Zula (Joana Kulig, esplendorosa), uma jovem camponesa com intenções artísticas que, juntamente com um grande grupo de jovens, candidata-se a uma espécie de escola de arte folclórica onde conhece o professor Wiktor (Tomasz Kot, excelente), um músico e maestro talentoso.

Wiktor imediatamente se apaixona por Zyla, no que é correspondido, e logo os dois estão trabalhando com o grande grupo em apresentações ovacionadas.

É claro que o sucesso chama a atenção das autoridades, que enfiam goela abaixo dos artistas números grandiosos de louvação ao Comunismo e a Stalin.
Esta “aproximação com o poder” é acompanhada de investigações políticas “sutis” que geram um clima de insegurança num meio estimulado à denúncia e à traição.

Porém, quando o grupo se apresenta em Berlim Oriental, Wiktor decide “migrar” para o lado Ocidental e convida Zyla a acompanhá-lo
O que acontece daí pra diante é um carrossel de encontros e desencontros, permeados pela vivência e desfazimento de sonhos de cada um, e repletos de embates (entre eles e com o meio) de modos, personalidades, formações, histórias e culturas, que os levarão cada vez mais a um sentimento de deslocamento e de não pertencimento.

O final, afinal coerente, é belo e triste.

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