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Monday, February 11, 2013

Filme - A Vida de Pi

A Vida de Pi
Magnifico.

Esta foi a palavra que resumiu meu sentimento em relação “A Vida de Pi”.

Saí embasbacado do cinema.

Zonzo com a beleza da história (as imagens nem se fala), atordoado com o alcance do discurso íntimo no que ele tem de mais real diante do desafio da transcendência humana

“Pi” mostra o homem, cheio de conhecimento, erudição e sabedoria, sonhos e esperança colocado nu e cru frente a frente com seus piores medos.

O que fazer com toda a sabedoria quando o horror da fraqueza da mente e da carne atacam ?

Nestes momentos, não há nada pior do que termos que enfrentar a nós mesmos.

Nossos traumas, nossos calafrios, nossos tremores de alma – nossas fobias

Diante deste horror, nossa fragilidade emocional nos leva à covardia ao receio;  à não sair da zona de conforto.

Mas realidades de dor são inevitáveis e rasgam, destroem nosso emocional e nos expõem ao desamparo, à perda e à desesperança.

Teoricamente podemos ter inúmeras saídas e ferramentas para “lidar com situações”.

Podemos “acreditar”, “ter fé”, “sermos fortes”, “segurar na mão de Deus” e várias outras formas “encarar os fatos”.

Sim, tudo muito lindo, tudo muito prático. Um discurso perfeito e recheado de boas intenções.

Mas como a coisa fica quando nos deparamos com a fragilidade da existência?

Livro - A Vida de Pi
Onde fica “Deus” e onde fica o “Homem”?

Deus existe e nos fortalece, ou esta força brota do próprio homem?

“AVida de Pi”, fala sobre tudo isto e muito mais.

Baseado  no romance Life of Pi de Yann Martel, o longa de Ang Lee, conta a incrível história do jovem indiano, Pi, uma zebra, uma hiena, um tigre e um orangotango, que lutam pela vida num bote salva-vidas, após serem os únicos sobreviventes de um naufrágio.

É claro que acontece muita coisa, e prefiro não dizer o que para não estragar o prazer de quem ainda não viu.

O que o longa oferece é testemunharmos o processo dilacerante pelo qual Pi passa, e que o conduz a experiências, descobertas, transformações, mortes e renascimentos que o desfazem e o reconstroem inúmeras vezes.

Seus embates com o Tigre Richard Parker são espetaculares e vão do pavor absoluto até encontros espirituais (de alma), onde ambos comungam entre si, com a natureza e com o firmamento.

O final é apenas soberbo.

Uma das reflexões que fiz na saída do cinema, é que filmes como “Pi” ou “Amor” dialogam diretamente com nosso íntimo, com nossa natureza

São obras que se originam e ecoam no espírito humano e, por isto, possuem aquela capacidade da arte de ir além do entretenimento e atingir nossos temores mais reais.

Obras primas.

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 Comentário : 

Max e os Felinos
Yann Martel  reconheceu ter se inspirado no livro "Max e os Felinos" de Moacyr Scliar para escrever "Pi".

Mas o escritor gaúcho não ficou muito satisfeito com os comentários de Yann..

Mais detalhes aqui.















Trailer do filme


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