Uma das formas mais incríveis das possibilidades narrativas é a fantasia.
De contos de fada, histórias de fantasmas e invasão alienígena à sagas tipo Senhor dos Anéis, Harry Potter e Matrix, a fantasia mostra que a imaginação humana não tem limite quando se trata de criar “irrealidades”.
Porém, por mais imaginativo que possa ser o universo e/ou situação inventada, qualquer narrativa tem que carregar em si a chamada “verossimilhança interna”, aquele conjunto de regras que fazem sentido para a trama, mesmo que o cenário da história seja o mais fora da casa possível.
Obviamente uma forma de criar verossimilhança em qualquer universo (real ou irreal) é colocar os personagens em situações de entendimento universal tipo heroísmo, bravura, amor, sacrifício, culpa, arrependimento, e qualquer outro tipo de emoção que explicite valores humanos fundamentais .
“Um lugar Silencioso” une estes dois aspectos (universo absurdo e valores humanos) de forma primorosa e entrega um filme extremamente original.
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A trama :
Num mundo devastado pelo que parece ser um ataque de monstros que identificam e caçam suas presas através de sons emitidos em determinadas frequências (quando e como os monstros surgiram não é mostrado e nem é o propósito da história), vemos uma família (pai, mãe e filhos) tendo que conviver em silêncio quase absoluto a fim de não serem percebidos pelos predadores que infestam o local (uma área rural).
Nesta situação a família até consegue estabelecer um cotidiano relativamente tranquilo se comunicando através de sussurros, linguagem de libras e alguns códigos criados por eles mesmos.
Só que, é claro, merdas acontecem e, quando o terror explode (e os monstros atacam), todos terão que lutar para além protegerem suas próprias vidas, também lutar para proteger aqueles que amam.
Então, a partir daí, quando o barco começa a afundar, é insuportavelmente angustiante acompanhar o terror e a dor (física e/ou emocional) manifestados pelas lágrimas e desespero congelado nas gargantas de pais e filhos.
É cagaço atrás de cagaço sem parar.
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O elenco está fantástico.
John Krasinski faz o pai (além disto, ele é o diretor e um dos autores do roteiro).
Millicent Simmonds (surda na vida real) e Noah Jupe fazem os filhos.
Mas o filme é de Emily Blunt, a mãe.
Sua performance é a interpretação de uma vida.
A sequência dela dando a luz sem emitir um único som é apenas aterradora.
Medo total.
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Aliás, o silêncio é um dos protagonistas do filme, o que é totalmente inusitado.
É surpreendente que, numa época de sessões pipoca repletas de explosões e gritarias ( tipo Avengers, Transformers, Star Wars, velocidade, tiroteio, etc), um filme tenha a ousadia de apostar na ausência de som como elemento fundamental do suspense.
E a coisa funciona tri bem.
Tanto que o público compra a ideia e fica petrificado durante boa parte da projeção.
E é aí, quando não ouvimos sequer uma respiração no cinema, que percebemos a inteligência e força narrativa deste filmaço que já é um clássico do terror.
Super
De contos de fada, histórias de fantasmas e invasão alienígena à sagas tipo Senhor dos Anéis, Harry Potter e Matrix, a fantasia mostra que a imaginação humana não tem limite quando se trata de criar “irrealidades”.
Porém, por mais imaginativo que possa ser o universo e/ou situação inventada, qualquer narrativa tem que carregar em si a chamada “verossimilhança interna”, aquele conjunto de regras que fazem sentido para a trama, mesmo que o cenário da história seja o mais fora da casa possível.
Obviamente uma forma de criar verossimilhança em qualquer universo (real ou irreal) é colocar os personagens em situações de entendimento universal tipo heroísmo, bravura, amor, sacrifício, culpa, arrependimento, e qualquer outro tipo de emoção que explicite valores humanos fundamentais .
“Um lugar Silencioso” une estes dois aspectos (universo absurdo e valores humanos) de forma primorosa e entrega um filme extremamente original.
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A trama :
Num mundo devastado pelo que parece ser um ataque de monstros que identificam e caçam suas presas através de sons emitidos em determinadas frequências (quando e como os monstros surgiram não é mostrado e nem é o propósito da história), vemos uma família (pai, mãe e filhos) tendo que conviver em silêncio quase absoluto a fim de não serem percebidos pelos predadores que infestam o local (uma área rural).
Nesta situação a família até consegue estabelecer um cotidiano relativamente tranquilo se comunicando através de sussurros, linguagem de libras e alguns códigos criados por eles mesmos.
Só que, é claro, merdas acontecem e, quando o terror explode (e os monstros atacam), todos terão que lutar para além protegerem suas próprias vidas, também lutar para proteger aqueles que amam.
Então, a partir daí, quando o barco começa a afundar, é insuportavelmente angustiante acompanhar o terror e a dor (física e/ou emocional) manifestados pelas lágrimas e desespero congelado nas gargantas de pais e filhos.
É cagaço atrás de cagaço sem parar.
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O elenco está fantástico.
John Krasinski faz o pai (além disto, ele é o diretor e um dos autores do roteiro).
Millicent Simmonds (surda na vida real) e Noah Jupe fazem os filhos.
Mas o filme é de Emily Blunt, a mãe.
Sua performance é a interpretação de uma vida.
A sequência dela dando a luz sem emitir um único som é apenas aterradora.
Medo total.
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Aliás, o silêncio é um dos protagonistas do filme, o que é totalmente inusitado.
É surpreendente que, numa época de sessões pipoca repletas de explosões e gritarias ( tipo Avengers, Transformers, Star Wars, velocidade, tiroteio, etc), um filme tenha a ousadia de apostar na ausência de som como elemento fundamental do suspense.
E a coisa funciona tri bem.
Tanto que o público compra a ideia e fica petrificado durante boa parte da projeção.
E é aí, quando não ouvimos sequer uma respiração no cinema, que percebemos a inteligência e força narrativa deste filmaço que já é um clássico do terror.
Super
1 comment:
Em “Um Lugar Silencioso”, o ator John Krasinski se mostra uma excelente revelação na cadeira de diretor, utilizando exatamente da falta de áudio durante a maior parte do tempo para criar uma atmosfera de tensão real! Se tem uma coisa que eu não gosto nos filmes de terror atuais, são os screamers, e o que eu mais gosto é o terror psicológico. Gostaria que vocês vissem pelos os seus próprios olhos A Coisa o filme Se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam o terror que sentiram. Depois de vê-la você ficara com algo de medo, poderão sentir que alguém os segue ou que algo vai aparecer.
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