“Um livro perigoso”.
Foi
assim que defini o “A condição indestrutível de ter sido”, diretamente à autora
Helena Terra no encontro de leitores da Livraria Sapere Aude Livros quarta a
noite.
Perigoso ?
Sim, pois a retratar a paixão de forma tão visceral e
real os leitores podem descobrir (ter que enfrentar / reconhecer ) suas auto fraudes amorosas e
acabarem direto na moldura do desespero.
Helena não deixa pedra sobre
pedra ao descrever, com uma escrita absolutamente lapidar, a construção (e desconstrução)
de um castelo de emoções danadas, impulsionado por uma paixão (imaginária ou
não?) que a leva a heroína perigosamente à beira da loucura (ou ela já chafurda
o tempo todo nela?).
Sendo assim, é óbvio que “A
condição..” não se trata de uma história de “amor”, dentro
daquilo que poderia ser considerado “romântico”, “belo”, “cor de rosa”.
Longe
disto.
Helena Terra |
Na verdade o livro é o quadro
de uma obsessão.
A narrativa em primeira
pessoa, mostra uma mulher ensimesmada e
com uma forte queda à “vitimização” (o
homem, Mauro / Mau, é um crucificado sem voz), o que gera áreas nebulosas, incertas, e o
resultado é que, mesmo que vejamos a narradora em vários momentos como uma louca
e fora da casinha, não há como não nos reconhecermos, em algum ou em vários
momentos, na montanha russa de
sentimentos retratados no texto.
Tipo, quem nunca ?
Tipo quem nunca quis “uma história”, e por isto imagina,
cria, afirma, desconfia, engana-se, retrai-se, cai na real e lamenta ?
Livraço.
2 comments:
Obrigada pelo post :)
Gostei muito da sua análise, Iuri.
E também gostei do seu blogue. Tem bastante personalidade.
beijos
Helena Terra
Obrigado por passar aqui, guria. Teu livro é excelente realmente
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