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Tuesday, April 03, 2012

Filme - Jogos Vorazes




Cartaz com Jennifer Lawrence
 Fui  assistir “Jogos Vorazes”  sabendo pouco sobre a história. 


Sabia que se passava no futuro , em um pais chamado Panem onde hoje é  a América do Norte, onde rolava um reality-show mortal.


Depois de acabada a sessão sabia muito mais :
 
Neste país – dividido em 12 tribos ou comunidades -  todos os anos, em nome de manter a paz e evitar guerras – por motivos explicados no filme -,  são sorteados um casal de  adolescentes de cada uma das 12 tribos  para participarem do reality-show “Jogos Vorazes”, onde deverão matarem-se uns aos outros até sobrar apenas um – que seria o grande vencedor. 

Jennifer Lawrence (absolutamente fantástica, numa performance digna de Oscar ) é Katniss Everdreen, a garota moradora do miserável Distrito 12, que se oferece como voluntária para o programa  no lugar da sua irmã caçula que havia sido sorteada primeiramente.  


Seu companheiro de infortúnio é Peeta Mellark  (Josh Hutcherson, muito bem no papel)  com quem tem uma relação conflituosa, meio “entre tapas e beijos”.

A partir daí, acompanhamos a entrada dos dois adolescentes no tal reality-show, que é produzido com todos os elementos “imbecilizatórios”  que tem direito para robotizar e dominar as massas - por um lado o povo se diverte e por outro os adolescentes fenecem -

E aqui o filme pega pesado. 


Não tem essa de “não mostre as crianças morrendo”. As cenas são tri-cruas e assistimos horrorizados o massacre infantil explícito.

Isto passa a ser um mérito do filme, que não doura a pílula e assume o caráter de violência exigido para que a história seja contada com o devido impacto.

"Jogos Vorazes" também é rico em alegorias e simbologias que evocam várias questões da nossa "civilização", tanto histórica quanto moderna. 

 Por exemplo :1) O nome do país é Panem, que vem de "panis et circences", a famosa dupla "pão e circo" da Roma antiga, que seria a fórmula adotada pelos poderosos para robotizar as massas.

2) Os habitantes da capital de Panem têm uma aparência excessivamente artificial, o que reforça a idéia de palhaços e bonecos


3) A divisão explícita entre os trabalhadores dos distritos miseráveis, que comem o pão que o Diabo amassou para sustentar a vida de luxo da e a elite da Capital,  remete diretamente a Metropolis, do Fritz Lang

4) A arquitetura lembra a imponência do Império Romano. Alias, a entrada dos participantes 
nas bigas reforça muito esta idéia.

5) O povo é idiotizado e manipulado pelo reality show, o que não é muito diferente do que ocorre atualmente, com BB´s e coisas do genero.

etc.

Porém como, além destes toques pensantes, "Jogos" também se propõe a contar uma vigorosa história de ação, as referências e símbolos não são aprofundadas adequadamente. 

Mas isto não arruína o filme.

O que atrapalha mais é que algumas situações não são devidamente explicadas.  
Como não li a trilogia, fiquei boiando em vários momentos. 

Também alguns personagens são muito mal desenvolvidos, especialmente o tal de Gale (Liam Hemsworth), o garoto que do Distrito 12 que , aparentemente, é apaixonado por Katniss. 

Com certeza este personagem deve estar bem desenvolvido do livro, mas no filme, para quem não conhece a trilogia, não entende porra nenhuma do que ele ta fazendo ali. 

Acredito que na segunda parte ele diga a que veio.
Peeta Mellark  (Josh Hutcherson)
De qualquer forma achei o filme ótimo (apesar de vários furos) e me motivei a comprar os livros. 

Não vou agüentar ficar esperando os outros filmes para saber o que rola depois da conclusão desta primeira parte.

Ah, e tem outra coisa : tão dizendo que  “Jogos Vorazes”  seria o 
novo Crepúsculo”.

Fala sério. 


Crepúsculo é uma M...  com M maior.  Um produtinho de quinta, rasteiro, absolutamente ridículo, feito para agradar mocinhas românticas e sonhadoras. 

“Jogos”  é outra históira. 


Violento e com vários elementos de crítica social e política é uma obra assustadora que produz reflexão e não deixa ninguém indiferente.

Muito bom


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