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Tuesday, April 16, 2013

Teatro–Looney Tunes Live

mystiqueEm tempos da ditadura do politicamente correto nada escapa da necessidade de “mensagem”,  de  “mostrar o que é certo” e “conscientizar”. 

E para isto, se acaba adaptando ao “bem comum”   -  e detonando  - alguma das imagens e memórias afetivas que nos divertiram desde a infância,  principalmente pelo que tinham de “transgressor”.

“Looney Tunes Live” não escapa desta tenebrosa artimanha.

Tudo aquilo que recordávamos como “maldade”, “malandragem”, “armação”, “velhacaria”, e outras espertezas mais – e que eram a alma da trupe do Pernalonga e agregados - , é pifiamente mostrado nesta montagem teatral, com pretensões musicais, que não agrada nem crianças nem adultos

Com uma história frouxa, que aposta na “pureza” dos pagantes (algo em torno de um concurso de embelezamento de rua), vemos nossos heróis Pernalonga, Patolino, Ligeirinho, Frajola, Taz, Vovó, Piu Piu, Coiote, Papa Léguas e outros, derrotados na luta inglória para manter o interesse dos espectadores durante os intermináveis 60 minutos de duração do espetáculo.

looney tunes live

E olha que a criançada, presente no Bourbon Country, aqui em Porto Alegre na tarde do sábado passado, demonstrou a maior disposição para se divertir, tentando acompanhar com palmas as músicas horrendas e sem ritmo algum.

O resultado foi triste e constrangedor, com os “clap, claps” morrendo gradativamente a cada “canção” e os atores, firmes, mantendo a máscara da "alegria" até o as últimas notas de cada soporífero entoado (uma coisa muito vergonha alheia).

Já o texto peca por usar expressões que definitivamente não fazem parte do vocabulário intantil, como quando, por exemplo, o Patolino acusa o Pernalonga de ser “mão de vaca” ( e reitera a acusação).

Vejam só, como dentro do teatro, com a peça rolando, um pai (ou uma mãe) vai explicar para uma criança o que seria uma pessoa (ou um coelho) “mão de vaca”?

Vá entender.

Para não posar de rabugento total neste quesito, registro que algumas piadas são ótimas, como aquela do cartão de crédito que só compra derivados de cenoura. 

As fantasias são perfeitas e a expressão corporal dos atores é ágil (principalmente a bruxa).

As vozes são bem colocadas e os cenários (simplérrimos) ficam bem no básico. 

Por outro lado, as intervenções do Coiote e do Papa Léguas, a cada mudança de cena, funcionam de início, só para depois se tornar mais um elemento no barril rolando  rumo ao tédio absoluto,

Meu  Jesus... Que luta Hercúlea para não cair nos braços de Morfeu a cada gracinha proferida em cena !

Confesso que não sei quem é Maria Toledo, a autora e diretora, mas a imagino como uma destas pessoas “legais” , bem "pedagogas", que estão aqui para “educar”, para “conscientizar”, para “formar”, e, para isto, extraem do seu trabalho tudo aquilo que considera como “errado”, como "desvio".

Ai, meu saquinho!

O lance é voltar a se divertir maldosamente com os desenhos e esquecer este equívoco teatral.

  looney tunes live_2

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