Spielberg novamente ataca de cinemão.
Conforme já visto em “O império do sol”, “A cor púrpura, e outros, em Cavalo de Guerra estão todos os fios manipulados pelo mestre para contar com firmeza uma história recheada de grandes cenas de bravura, humor e emoção.
Conhecendo a cartilha, até se pode manter um certo cinismo no início (a sequência do arado chega a ser contrangedora de tão brega), mas como resistir ao que vem depois ?
Na verdade, a partir da separação de Joey e Albert, a história assume um tom tão descabelado (com Joey assumindo decisões e sacrifícios humanos de deixar qualquer soldado envergonhado ) que o espectador só pode tomar duas decisões : ou embarca na fantasia proposta (e se emociona até os soluços – que foi o meu caso) , ou se distancia e enxerga tudo como um samba do crioulo doido, absurdo e inverossímel.
De qualquer forma, a ideia de mostrar os vários lados da guerra sob as vivências do animal é ótima e serve para humanizar os combatentes, não importando de que lado eles estão.
Esta idéia tem seu auge no encontro entre o soldado inglês e o alemão na “no man´s land (a terra de ninguem)”, onde, com o intuito de socorrerem o cavalo, os inimigos acabam encontrando uma conexão humana legítima que ultrapassa as diferenças nacionais, políticas e raciais.
Para falar a verdade, este “armistício” baseia-se num fato legítimo ocorrido na Primeira Guerra, onde os soldados alemães e britânicos, depuseram as armas para celebrar juntos o natal de 1914 (com direito a jogo de futebol e rezas em conjunto).
Este acontecimento rendeu uma das minhas canções favoritas de todos os tempos (“All together now”) , que foi gravada pelo extinto The Farm, que eu legendei em portugues (veja abaixo).
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