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Hino do Blog : " ...e todas as vozes da minha cabeça, agora ... juntas. Não pára não - até o chão - elas estão descontroladas..."
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Wednesday, September 10, 2014

Teatro - Tríptico Samuel Beckett

01-TRÍPTICO-SAMUEL-BECKETT-crédito-Daniel-Seabra
Nathalia Timberg (84 anos), Samuel Beckett (nobel de literatura) e “Teatro”, uma receita pré-definida para definir “Arte”. Sim, daquele tipo que você é obrigado a achar tudo, mesmo que seja uma bosta. Se bem que não é bem o caso deste "Tríptico Samuel Beckett", uma livre adaptação das obras "Para o Pior Avante", "Companhia" e "Mal Visto Mal Dito", inéditas do Brasil, e encenada no atual Porto Alegre em Cena.

O tal espetáculo tem seus méritos. Além dos aspectos estéticos (achei muito boa a iluminação – muita penumbra - e o cenário tri minimalista), o que curti – até certo momento – foi o estranhamento provocado pelo texto, onde as palavras – sem linearidade alguma – são despejadas sobre a incauta plateia, que luta para dar um algum sentido, algum encadeamento, alguma lógica ao todo.

Só que não.

A partir de certo momento, fica claro que o que está rolando é um fluxo de frases desconexas e aleatórias – estruturado em três monólogos - pipocando na mente de uma mulher em três fases da vida (infância, maturidade e velhice à beira da morte). Tipo frases à procura de um ouvinte. Uma coisa bem “densa”, para não dizer fora da casinha.

Bem, o que dizer das atrizes ?

Juliana Galdino faz a fase de maturidade, e, ao ser confrontado com a performance da atriz, tu te pergunta : por que ela não usa um rímel à prova dágua, tipo da Panvel mesmo? Sim, pois a artista chora horrores e fica com a face lambuzada de tinta preta. É claro que é um truque para criar a assim conhecida “máscara trágica teatral”. Então dá-lhe água preta escorrendo pescoço abaixo para comprovar o talento da diva. Em termos de voz, Julia mata a pau com entonações que vão do sussurro ao grito, e de resto não entendi muito bem o agasalho da Adidas que ela usa (e sua), mas tudo bem, tal modelito deve ter seu “símbolo”.

Paula Spinelli, com sua voz de chamar golfinhos e olhos esbugalhados, faz a menina. A coisa é tão insípida que nem vale a pena falar mais nada ( o lance do ouriço na caixa é “algo”).

Nathalia fala por último. A outra vez que a vi no palco foi com “Tres Mulheres Altas” onde ela dividia a cena com a Marisa Orth e Beatriz Segall, sei lá eu há quantos anos. Realmente a deusa mata a pau. Sua voz é inconfundível, seu olhar matador. E a coisa vai neste ritmo. Impressionante. Só que, é claro, o texto não ajuda e tu fica mais envolvido pelo talento da poderosa do que pelo pretenso drama da moribunda.

E bota drama nisto. A questão é : por que tanto drama, tanta angústia, tanta desgraça existencial? Esta seria a tal da famosa “condição humana”? A mulher no palco é o quadro do martírio. Êta mulher sofrida. Será que ela não curte uma Valesca Popozuda? “Menas”, né?

E no final, como não poderia deixar de ser, o povo da arte aplaude em pé e grita “bravo”, mesmo sem ter entendido porra nenhuma. Sim, é claro, todos posam de “profundos” pois, de outro modo, passariam atestado de jumentos culturais.

Então tu tem mais é que aproveitar o aconchego do teatro (o ar condicionado tava ótimo) para relaxar e curtir o non-sense, ou pensar na lista do supermercado, ou dormir (ou tudo ao mesmo tempo, como aconteceu comigo).

5 comments:

roberto alvim said...

gosto de gente como vc: não contente em ser estúpido, proclama publicamente a própria mediocridade. suas palavras desvelam um nível abissal de ignorância, boçalidade, incompreensão acerca de qualquer coisa que não seja rasa como um pires... sua "crítica" revela pouco da obra e muito de vc mesmo: se um anjo aparecesse em sua frente, vc provavelmente o apedrejaria... chafurde em sua merda existencial e faça um favor a si mesmo: nunca mais vá ver meu trabalho. Ok? bye, imbecil

roberto alvim said...

gosto de gente como vc: não contente em ser estúpido, proclama publicamente a própria mediocridade. suas palavras desvelam um nível abissal de ignorância, boçalidade, incompreensão acerca de qualquer coisa que não seja rasa como um pires... sua "crítica" revela pouco da obra e muito de vc mesmo: se um anjo aparecesse em sua frente, vc provavelmente o apedrejaria... chafurde em sua merda existencial e faça um favor a si mesmo: nunca mais vá ver meu trabalho. Ok? bye, imbecil

Iuri said...

Gente, adorei !!! Que máximo ! O Diretor leu meu blog! Que finesse! Que elegância! Tô em prantos!

Niara Palma said...

Quem não tem condição de aceitar críticas não deveria trabalhar com arte. Mostrar seu trabalho ao público implica na criação de diferentes opiniões, provavelmente não todas positivas. É claro que um ego inflado é inerente aos grandes e, porque não dizer, aos mediocres, mas a posição de intocável e inquestionável prejudica a evolução humana e artística. Na história, extraordinários artistas foram incompreendidos e criticados. A escolha, para esses pode ser compreender, xingar sem demonstração de intelecto, ignorar ou cortar a própria orelha....

Eduardo Galvão said...

Este elemento deveria ler (e entender) Sasnto Agostinho: "prefiro a crítica que me corrige ao elogio que me corrompe".