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Hino do Blog : " ...e todas as vozes da minha cabeça, agora ... juntas. Não pára não - até o chão - elas estão descontroladas..."
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Friday, July 11, 2008

Família


Voltávamos de uma festa num sábado a noite. No carro, eu, meu companheiro, a Cris e o Leonardo (colegas do curso de Literatura). Não sei porque cargas dágua surgiu o assunto “família”. Eu não estava prestando atenção, mas eis que o Leonardo me sai com uma pérola. Refletindo sobre a relação e identificação com sua família ele disse algo do tipo : “Se eu conhecesse estas pessoas no dia a dia, jamais teria relações com elas; elas não tem nada a ver comigo”. Levei um choque, saí do meu torpor alcoólico. Nunca tinha pensado assim a respeito da minha própria família. Me peguei a pensar : será que se eu não tivesse os laços sanguíneos pesando, me interessaria por minhas irmãs, sobrinhos, sobrinhas, mãe, pai, etc ? Será que eles me atrairiam? Gostaria de desenvolver uma relação com eles? Identificaria neles algo que motiva meu espírito e intelecto? Por exemplo, se eu conversásse com uma das minhas irmãs num evento qualquer, gostaria de reencontrá-la? Eis uma questão sui generis.

Hoje, dentro da construção histórico emocional que ergui junto aos familiares, não me vejo afastado deles. Temos uma relação que se pode dizer, muito boa. Temos vários links emocionais, culturais e interesses muito claros (naturalmente, em maior ou menor grau dentro das diferenças e individualidades de cada um). Porém não deixa de ser curiosa a idéia de se perguntar que tipo de relação eu teria (ou não) com estas pessoas se não fossemos parentes. Que atrativos teríamos mutuamente ? Teríamos algum? Olhando friamente o cenário diria que sim, que poderíamos descobrir estes atrativos e desenvolver, digamos, um relacionamento social. O que pode se questionar é até que ponto este relacionamento iria. Desembocaria numa grande amizade ou não?

1 comment:

Carla Soares said...

Também nunca tinha pensado assim, nesses termos... Mas acho que o Léo tem um pouco de razão (ou não). Acho que isso depende de cada um ou de cada fase de cada um. Na minha adolescência remota eu achava que não tinha nada a ver com meus pais, e não tinha mesmo... mas eu era adolescente. Hoje em dia, acho que meus pais são os melhores do mundo e nos damos muito bem. Mas, na verdade, acho que é por sermos parentes mesmo. Acabamos desenvolvendo esses laços que provavelmente não se desenvolveriam não fosse o sangue e a convivência. E não considero esse pensamento um defeito, acho normal do ser humano. Ou será que eu não sou "normal"? hehehe

Beijão Iuri!