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Friday, October 25, 2013

Filme - Gravidade



Gravidade - Poster

Alfonso Cuarón, para o bem ou para o mal, fez história no cinema com seu “Gravidade”.

Combinando computação gráfica, 3D, som surround, câmeras e sistemas de iluminação pré-programadas, robôs de linha de montagem de automóveis,  ângulos de câmera certeiros e inusitados  e a habilidade dos titereiros do (chato) Cavalo de Guerra - mais, é verdade, a disposição dos atores em “contracenar” com tudo isto – Cuarón, lança os espectadores numa experiência única e sensorial quase sem precedentes. 

A “coisa” mais perto que senti com um filme – e numa intensidade bem maior – foi com o  Mal dos Trópicos, do Apichatpong Weerasethakul - , um filme estranho e lentíssimo diante do qual que, quando me dei conta, estava completamente hipnotizado e “dentro” do filme.

Mas em Gravidade a proposta é diferente – e é cumprida com louvor. Aqui se busca o entertainment, com diversas pretensões artísticas-metafísicas  é verdade, mas que, sem a profundidade de um 2001, impressiona e agrada todos. 

Sandra Bullock (na linha canastra-talentosa dela ) faz Ryan Stone, uma astronauta novata que, juntamente com o veterano Matt Kowalski ( o super canastrão George Clooney), são atingidos por uma tempestade de destroços de uma estação russa enquanto realizam serviços de manutenção fora da sua estação espacial. Sem tempo de se abrigarem, eles acabam sendo lançados no espaço completamente livres de qualquer “âncora” (sim, uma coisa tipo eject) .

Não é preciso dizer que a agonia logo toma conta dos espectadores ao perceber a fragilidade, a pequenez  humana diante do “indiferente  infinito”.   

O pânico da Ryan Stone  é transferido de cara para a escuro do cinema. Ainda mais pelo fato de que o  diretor, sem concessões, realiza a proeza de colocar a audiência “dentro da capacete” da protagonista e assim, compartilhar “sob seu ponto de vista” o terror da sua situação. 

Momento de tensão

E assim a coisa vai. A cada vitória – conquistada sempre de forma super arriscada e épica – segue-se um desastre que  coloca os protagonistas frente a opções digamos um tanto “drásticas”.  

E é um rio de emoções. Mêdo, alegrias, esperança, abandono, terror, sacrifício, delírio, bravura, ousadia e coisas do gênero povoam a narrativa.

Assim, com a combinação de uma projeção IMAX, agregada ao 3D perfeito, “Gravidade” torna-se uma espécie de “parque de diversões de horrores” – meio trem fantasma – que sufoca e amedronta a platéia na mesma medida em que estes dramas ocorrem com os personagens. Tensão e sofrimento diretos na boca do estômago.

O final é um primor de pretensão. Não vou dizer o que rola, mas fica claro que o diretor quis tipo “mostrar” -  de forma bem  óbvia , dentro do ponto de vista dele – a “evolução da vida”  no nosso planeta.

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Momento bizarro :

O repórter Carlos "El Capi" Perez, do programa de humor “Deberían Estar Trabajando” (TV Azteca – Mexico) armou uma pegadinha numa entrevista coletiva com o Alfonso Cuarón.

Com a maior cara-dura lascou : “Quais foram as dificuldades técnicas e humanas de gravar no espaço?".

Cuaron “pensou” e devolveu :

"Sim, nós levamos câmeras para o espaço. Ficamos no espaço por três meses e meio. Eu fiquei meio tonto nos ensaios."

Video abaixo :


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Trailer do filme :

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