Teatro Gestual. Que diabo é isto? Não é dança, mas não tem falas. O que resulta disto?
Fomos conferir “Ausência”, espetáculo gestual com o grande Luis Melo.
Caí de quatro.
Desde a primeira cena, com uma criatura montada nas costas do protagonista que encara e “dança” para a platéia, até o final aberto e emocionante, “Ausência” é uma sucessão de achados geniais, emoldurados por uma composição plástica brilhante e executados por um ator, que, com completo domínio corporal, arrebata a platéia para o drama solitário de um sobrevivente numa sociedade pós-apocalíptica.
Confesso que tinha receio de assistir uma peça sem falas, mas me dobrei inteiramente diante do acúmulo de talentos apresentados no Teatro do Sesc.
Soberbo.
Chorei, confesso e veria muitas outras vezes.
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O texto abaixo foi retirado do Site Globo Teatro
Ausência
Cia Dos à Deux estreia novo espetáculoDois anos depois de trazer ao país o premiado espetáculo “Fragmentos do Desejo” – vencedor do Prêmio Shell de 2010 na categoria especial – a companhia franco-brasileira Dos à Deux está de volta.
Radicados na França desde o início dos anos 90, os brasileiros André Curti e Artur Ribeiro retornaram ano passado para o país. Agora, estreiam o oitavo trabalho da carreira, que teve concepção, dramaturgia e direção da dupla. No palco, apenas o ator Luis Melo, protagonista do solo que marca seu début no teatro gestual.
O tema inicial da pesquisa era sobre solidão em um mundo de caos. Ao desenvolver o trabalho, André e Artur se depararam com um artigo em uma revista científica que alimentou ainda mais suas ideias: o assunto tratava do asteróide Apophis, descoberto em 2004 e que passará próximo a Terra pela primeira vez em 2029.
As piores previsões são, no entanto, para o seu retorno, quando aconteceria uma possível colisão com o nosso planeta no ano de 2036, mais precisamente no dia 4 de abril. É neste dia que se desenrola toda a ação de “Ausência”.
Em uma Nova Iorque decadente e arrasada pela radioatividade, pelo racionamento de energia elétrica e, sobretudo, pela falta de água, o protagonista vive confinado no último andar de um arranha-céu. Sua única companhia é seu adorado peixe vermelho que vive em um aquário redondo.
Neste contexto caótico, sob a constante invasão de ratos que tomaram a cidade e do ar irrespirável que lhe exige o uso da máscara de oxigênio até para abrir a janela, o homem vive recluso em seu mundo particular, incapaz de enfrentar o horror das ruas.
Link :
http://www.globoteatro.com.br/emcartaz-1476-ausencia.htm
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