Nadar, nadar (de maneira bem mole) e morrer – sem graça - na praia.
Este é o resumo do meu sentimento (e dos meus acompanhantes – sendo que um deles dormiu durante o “espetáculo”) no final da incensada, premiada e super bem cotada / criticada peça “A marca da água”, apresentada no Palco Giratório SESC.
A partir de um acontecimento meio surreal (um peixe aparece no jardim da casa da família), acompanhamos uma viagem pelo interior da cabeça da heroína Laura, que está prestes a atravessar um umbral psico-louco-emocional sem volta.
E a bonita sabe que o bafão tá a caminho mas não quer saber de “cura”, e sim quer (deseja, anseia, precisa) “libertar uma musica interior” que pulsa em seus neurônios semi detonados.
O que vemos então é o “crescimento” desta música na cachola da Garota Pinel, até sua execução (numa cena belíssima, é verdade), tendo como pano de fundo suas memórias e sua “luta interior”.
Então dá-lhe trauma em cima de trauma, acusações, abandonos, imaginação, alegrias, etc, enfim real e irreal misturado (bem sem sal e sem emoção), de forma a traçar uma paisagem frouxa da cabeça da fora da casinha.
Haja saco para agüentar tanta cena constrangedora de tão óbvia (a da pescaria é exemplar) e outras absolutamente ôcas (seria um retrato da Laura´s head?).
Os atores estão bem, com destaque óbvio para a deusa Patricia Selonk. O cenário e iluminação são lindos, e a utilização da água em cena e nos vídeos é fantástica.
Mas o texto não dá sustentação ao conjunto e logo nos vemos com a clássica pergunta : “quando isto acaba?” ou já pensando em qual local vamos jantar.
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