Meio que me dá medo estes livros de pets do bem.
Me cheira sempre a modismo, oportunismo focado nas emoções humanas mais nobres como carinho, devoção, companheirismo, amor incondicional e outras do mesmo naipe.
Sei disso, mas confesso que não resisto quando o assunto são gatos.
Já li vários e “Um gato de rua chamado Bob”, de James Bowen (Editora Novo Conceito – 2013) vem somar-se positivamente a este estilo.
James Bowen é um musico das ruas de Londres, em programa de recuperação de drogas, que encontra um gato ferido no corredor do seu alojamento.
Sem saber de quem é o bichano, James acaba adotando-o meio que a contragosto.
Bob porém revela-se um gato extremamente especial e torna-se torna-se peça fundamental na vida do músico.
É fantástico acompanhar a as mudanças que bichano introduz na existência de James.
De alguém não visto na multidão, o músico torna-se uma celebridade só por ter Bob ao seu lado.
As pessoas passam a considerá-lo, passam a conversar com ele, preocuparem-se, ajudá-lo de alguma forma, o que faz com que ele também repense várias de suas decisões de vida e parta para curar feridas e traumas emocionais do passado.
Bob e James |
O convívio homem-gato evolui para uma relação que se solidifica numa amizade de compromisso e cuidado mútuos.
O livro também acerta em retratar a realidade da vida das pessoas que ganham seu dinheiro nas ruas.
Suas leis, necessidades. Suas regras, perigos e riscos.
James dá voz e visibilidade a esta gente que olhamos de soslaio na pressa do cotidiano. Que passamos ao largo sem considerar que ali estão pessoas ganhando dinheiro de forma honesta, como qualquer outro trabalhador “de ambiente fechado”.
No fim temos um belo retrato de uma amizade “escrita nas estrelas”, além de uma bela reflexão social, intima e familiar que compõem o quadro de vida de James.
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Apresentação do livro
James e Bob num programa de televisao
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