A Caça - Poster |
Um filme que já incomoda antes de assistir.
Sabendo-se que a história narra o drama de um professor
injustamente acusado de molestar uma garota e que, por isto, torna-se um pária
e é arrastado para um espiral kafkaniano de perseguição e julgamento, só mesmo
movido por uma certa coragem para encarar “A caça” de frente.
E é isto mesmo.
O filme dinamarques não faz concessões e, de forma crua, nos
convida a acompanhar o calvário de Lucas (Mads Mikkelsen) diante de uma
comunidade que passa a enxergá-lo como um monstro, a partir do momento em que Klara (Annika
Wedderkopp) uma aluna, cria uma fantasia
na sua cabeça infantil, e faz um comentário que compromete seriamente o
professor.
O que se vê daí por diante e crescente execração de Lucas
praticada por aqueles que até então eram próximos (colegas, amigos, companheiros,
etc) . É angustiante ver os adultos
forçando (com “delicadeza”) os menores a
“confirmarem” aquilo que eles querem acreditar.
O professor vê-se então cada vez mais isolado, perseguido e
agredido ( o que também ocorre com seu filho adolescente).
A história barra pesada é narrada com pulso firme pelo
diretor Thomas Vinterberg e o Mads Mikkelsen simplesmente incendeia a tela com
seu talento.
A força do seu olhar na cena da igreja justifica plenamente
sua consagração como melhor ator no festival de Cannes 2012.
Raramente vi um gesto
aparentemente banal concentrar tanta energia, tanta eloqüência, tanta verdade e
desespero.
O final é aberto e perfeito.
Pode desagradar
alguns, mas mostra de forma clara como o preconceito e o julgamento se fixa na
mente humana.
Trailer
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