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The Flat - Poster |
Diante do documentário
“The Flat”, perguntamos : vá entender o que se passa no
coração e mentes das pessoas. Sim, pois o filme mostra
uma improvável porém sólida amizade, que nasceu
e durou anos antes e após a segunda guerra, entre um casal
judio e outro nazista.
Este
relacionamento foi descoberto por Arnon“Arnie” Goldfinger
quando, juntamente com sua família (mãe, irmãos,
primos, tios, tias), foi dar destino aos pertences da sua falecida
avó (Gerda
Tuchler) no apartamento onde
ela viveu com o marido Kurt
durante (tambem falecido) durante70
anos.
Mexendo
nos móveis, gavetas, prateleiras, malas e caixas o pessoal
tomou conhecimento da amizade íntima que uniu durante anos
seus avós com Leopoldvon Mildenstein (um oficial nazista que atuou na Secretaria para
Assuntos Judaicos -antes da guerra - e no Ministério da
Propaganda - durante a segunda gurra) e
sua esposa.
A
partir daí o Goldfinger assume uma espécie de cruzada
para provar que von Mildenstein foi um criminoso de guerra a fim de,
além de perturbar a lembrança e memórias de
várias pessoas, exibir em triunfo um relevante fato histórico
até então desconhecido. Porque isto ?
O
objetivo do filme é assustadoramente questionável.
Para não parecer que “eu
não entendi”, reproduzo abaixo uma consistente análise
do filme (com a qual concordo) , que foi publicada no site “Alternative Insight”, um
site que o publica (como eles mesmo dizem) “comentários
alternativos à mídia convencional”.
Observação : a
tradução foi feita por mim, sendo que tomei várias
liberdades, introduzindo comentários e “adaptando”
diversas frases.
O texto original pode ser lido
aqui.
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COMENTÁRIO PUBLICADO NO
SITE “ALTERNATIVE INSIGHT” SOBRE O DOCUMENTÁRIO “O
APARTAMENTO”
“O
apartamento”, um documentário israelita de 2011, escrito e
dirigido por Arnon Goldfinger, é um filme importante não
pelo seu conteúdo, pois como documentário é algo
inútil e sem rumo. Sua relevância reside
no fato de ser um ótimo exemplo de algo criado
intencionalmente para manipular a público.
Embora “O apartamento” tenha
recebido ótimas críticas e recomendações,
os críticos, demonstrando ignorância sobre o conteúdo,
não captaram inteiramente o que foi apresentado,
equivocaram-se na análise e deram uma interpretação
descuidada dos fatos.
A aceitação do
público em relação a “O apartamento”, é
assustadora – quase uma histeria em massa - com multidões de
espectadores não absorvendo corretamente ao que foram
expostos, e respondendo à narrativa como autômatos
programados através de condicionamentos habilmente
manipulados.
O HomemUnidimensional, de Marcuse ( um indivíduo bitolado, controlado
pela industrialização, padronizado e ligado apenas a
aparência das coisas. Homem ôco, conformista, consumista
e acrítico) surgiu em cada canto das salas de cinema e
provocou a questão : a maioria das pessoas reage da mesma
forma às informações
sobre acontecimentos
mundiais? Se assim for, então sabemos por que o mundo está
em apuros.
A
HISTÓRIA DO FILME :
Enquanto
limpa (organiza, guarda e /ou descarta) décadas de
parafernálias do apartamento de sua avó, falecida com a
idade de 98, Arnon Goldfinger descobre um velho jornal nazista (DerAngriff).
O
jornal amassado apresenta um artigo intitulado "Um nazista na
Palestina", e imagens (fotos) de camaradagem entre um Barão
chamado Leopold von Mildenstein, sua esposa, e os avós de
Goldfinger, Kurt e Gerda Tuchler.
O
curioso Goldfinger fica chocado ao descobrir que von Mildenstein era
um nazista vinculado à SS e que foi citado por Eichmann
durante seu julgamento em Israel (Mildenstein era seu superior no
início do funcionamento da Secretaria para Assuntos Judeus
(1934-1937)).
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Memorabilia dos Tuchler |
Também
cartas encontradas no apartamento, escritas por Gerda Tuchler, e
diários de Frau Mildenstein, recuperados pela filha de
Mildenstein, indicam que os Mildensteins e os Tuchlers mantiveram uma
relação estreita antes e após a guerra.
Como
os avós judeus de Goldfinger, que foram forçados a sair
da Alemanha em 1937 e que sabiam que a mãe de Gerda havia sido
transferida para um campo no Báltico, onde morreu ,
socializaram-se com um bem conhecido nazista da SS que, mesmo
brevemente, comandou a Secretaria para
Assuntos Judeus?
A
mãe de Goldfinger não consegue lançar nenhuma
luz sobre esta aparente contradição, mostra-se
perplexa, porém logo desinteressasse em avançar numa
pesquisa para buscar mais informações sobre as
revelações.
Porém
o mesmo não ocorre com Goldfinger. Ele viaja para a Alemanha,
conhece a filha de Von Mildenstein e seu marido (ambos anciãos),
vários alemães, e também o velho autor de um
artigo publicado, nos meados de 1960, na revista da Alemanha
Ocidental, “Der Spiegel”, que trata sobre a vida de Leopold von
Mildenstein, então um executivo da Coca Cola.
A
esta altura Goldfinger pára de se preocupar com a relação
entre avós e von Mildenstein e inicia uma caminhada, de uma
única via, a fim de expor o oficial da SS como um criminoso de
guerra .
Porém,
ninguém que ele encontra é
capaz de fornecer quaisquer informações que corroborem
tal perfil. O repórter
da “Der Spiegel” afirma que não
conseguiu encontrar qualquer evidência de que von Mildenstein
tenha tomado parte em qualquer crime de guerra. Neste ponto,
Goldfinger não tem um documentário, apenas algumas
fotos e artigos que não levam a nada.
Incomodado
pelas incertezas, Goldfinger sustenta que a pesquisa do jornalista da
“Der Spiegel” foi insuficiente. Em uma mudança repentina
no filme, ele viaja para a Alemanha Oriental a fim de examinar
documentos do governo (antes secretos), onde localiza um dossiê
sobre von Mildenstein .
Neste,
numa nota de próprio punho, o alemão registra ter
deixado a Secretaria para Assuntos Judaicos - onde Eichmann trabalhou
para ele - em 1937 (ou seja antes da Secretaria envolver-se com
campos de concentração e de trabalho), quando então
transferiu-se para o Ministério da Propaganda.
Embora
o filme não mencione especificamento em qual seção
do ministério de Goebbels, von Mildenstein trabalhou, a
história indica que ele atuou no Departamento de Imprensa.
Com
sua “nova informação”, Goldfinger, em um momento
particularmente constrangedor do filme, confronta a filha de von
Mildenstein e claramente perturba a velha senhora, acusando seu pai,
sem provas, de ser um propagandista no Ministério de Goebbels
. "Você pode ir aos arquivos da Alemanha Oriental, se você
não acredita em mim ", diz o triunfante Goldfinger.
O
que isto ( a “descoberta do criminoso”) provoca em Goldfinger e
em sua mãe, não fica claro no filme, mas ele parece
saborear a desolação da filha de Von Mildenstein
e também alegrar-se por finalmente
conseguir provar que
seus avós “saracotearam” com um conhecido nazista. Agora
ele tem um filme.
Só
que não.
A
verdade é que os "fatos" reunidos
por Goldfinger foram incompletos e
equivocadamente interpretados / analisados.
A
VERDADE
A vida de Leopold von
Mildenstein, a qual é bem conhecida na história, não
foi devidamente esclarecida no filme.
As
viagens do diretor para pesquisar sobre a vida de von Mildenstein,
fazendo parecer que ele estava em uma investigação
única, a qual ocultava um mistério complexo e
revelador, é questionável.
Para
facilitar sua vida, tudo o que o diretor tinha a fazer era ficar em
casa,”googlar” o nome de Leopold von Mildenstein, ler alguns
artigos e, após, entrevistar os autores.
Os
artigos contêm tudo o que aparece no filme, além de
muito mais informações sobre Leopold von Mildenstein e
sua relação com os avós de Goldfinger.
Alguns
artigos:
Jacob
Boas, 'Baron von Mildenstein and the SS support for Zionism in
Germany, 1934-1936' in History Today, January 1980, and
Jacob
Boas, 'A Nazi Travels to Palestine', History Today, vol. 30, issue 1,
pp. 33-38,
Leopold von Mildenstein (references),
http://en.wikipedia.org/wiki/Leopold_von_Mildenstein,
and
Lenni Brenner, 'Zionism in the Age of Dictators' (1983).
A
história de Leopold von Mildenstein, para que todos saibam
qual é, é a de um alemão
que alistou-se ao Partido Nazista e
colaborou com o sionismo, muito antes dos
nazistas tomarem o poder no seu país.
Parece
que foi Kurt Tuchler, como representante judeu, quem procurou
Mildenstein a fim de encorajá-lo a apoiar a
causa sionista. Mildenstein respondeu que, antes de se comprometer,
gostaria de conhecer a saga da movimento judaico.
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O Diretor - Arnon Golfinger |
Então
ambos os homens, juntamente com suas esposas, viajaram à
Palestina a fim de observar o sionismo em ação.
A partir desta viagem foram publicados
vários artigos sob o título “Um
nazista viaja à Palestina” (no tal jornal “Der
Angriff”, aquele encontrado no aparramento da avó de
Goldfinger).
Diários
de Frau von Mildenstein e cartas de Gerda Tuchler, conforme descrito
no filme, indicam que estas famílias desenvolveram uma forte
amizade que continuou mesmo após os Tuchlers deixarem a
Alemanha, e que foi revigorada após
a guerra.
Depois
de viajar pela Palestina durante seis meses, Mildenstein convenceu os
nazistas, em 1934, a abrir uma secretaria para tratar a questão
judaica através de uma abordagem
sionista. Eichmann juntou-se a a este escritório, o qual não
era, naquele momento, aquele que mais tarde ficou conhecido
como o de
“solução final"; sendo que
Mildenstein nunca treinou Eichmann em qualquer de suas atividades
nefastas, de acordo com o que um dos autores (dos artigos) registra.
No
seu julgamento, ao invés de acusar Mildenstein, Eichmann
tentou desculpar-se, alegando ter trabalhado no
escritório de Mildenstein, local
onde (segundo ele) apenas procurou transferir os judeus de acordo com
os objetivos sionistas. Talvez haja mais do que isso, mas nem o filme
nem a história mostram que Mildenstein tenha participado ou
apoiado o Holocausto
De
acordo com o mencionado anteriormente, Mildenstein deixou a
Secretária de Assuntos Judeus em 1937, onde Eichmann
trabalhava para ele ( isto ocorreu antes da secretaria envolver-se
com campos de concentração e
de trabalho), e tranferiu-se para o Ministério de Propaganda.
A razão mais aceita para
sua mudança é sua decepção em relação
aos atos da Secretaria : a migração para a Palestina
estava ocorrendo muito lentamente e a SS estava mudando sua política
em relação aos judeus.
Durante
a guerra, Mildenstein só é conhecido somente por ter
escrito artigos e livros. Um livro de 1942, o qual provavelmente
levou dois anos para ser concluído intitula-se “Naher
osten-vom Straßenrand erlebt” (Viagens pelas estradas do
Oriente Médio) e contém alguns pontos de vista sob uma
ótica nazista, porém tal publicação não
foi uma peça de propaganda de relevante significado.
Não,
Goldfinger não explica como Mildenstein poderia manter suas
credenciais SS,mesmo quando deixou de trabalhar no departamento que
abrigava a SS, ou como ele poderia estar envolvido nos assassinatos
de judeus quando ele nunca se encontrou em qualquer posição
que pudesse permitir (ou autorizar) tais atrocidades.
Como um dos primeiros membros do
Partido Nazista e um oficial da SS envolvido em assuntos judaicos,
Leopold von Mildenstein merece censura. No entanto, parece que mais
tarde ele perturbou-se com estas ligações.
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Goldfinger constrangendo a filha de Milsdentein |
Embora seja difícil
definir o foco do filme, é óbvio que tal deveria
ater-se à exploração da relação
aparentemente confortável entre as Tuchlers judeus e os
Mildensteins Nazis. Essa é uma história!
Fazendo
exatamente o oposto, Goldfinger guiou sua direção para
longe do enredo óbvio e transformou o filme em algo confuso e
incoerente. Isto foi intencional?
Não
teria sido mais válido explorar a relação
concreta entre os líderes sionistas e os nazistas (com nada de
sinistro aí), e mostrar que os von Mildensteins e os Tuchlers
eram apenas nacionalistas que compartilhavam interesse na cultura
alemã de Goethe e Heine, no sionismo, e um desejo comum de
viver uma vida elegante? Gerda Tuchler assemelhava-se e vestia-se
igual à Rainha da Inglaterra naquela época.
Ao invés de serem
conspiradoras em tempos sombrios, parece que as duas famílias
eram amigas inofensivas que não reconheciam quaisquer atitudes
nefastas ou interesses políticos uma na outra. Isto é
tudo que sabemos - todo o resto é imaginação.
No fim, Arnon Goldfinger produziu
um "pseudo documentário," com conteúdo
exagerado a fim de exibí-lo nos cinemas. Sua falta de
preocupação que, com o miseravelmente pesquisado
documentário. a memória dos seus próprios avós
seja prejudicada é preocupante.
Mais
preocupante porém são os comentários
(desprovidos de qualquer realidade) sobre o filme..
Eis
alguns :
"Goldfinger,
habilmente afasta-se das acusações mais óbvias
que possam acelerar o pulso do documentário : por exemplo, que
Mildenstein tenha indiretamente apoiado a arquitetura do Holocausto,
e que seu relacionamento pós-guerra com os avós judeus
de Goldfinger claramente objetivava estruturar sua inocência em
relação aos crimes nazistas de guerra.".
Goldfinger
não se coíbe de nada. Ele não
encontrou nada. Em nenhum lugar na sua "pesquisa", no filme
ou da história. é mostrado que “ ...Mildenstein
tenha indiretamente apoiado a arquitetura do Holocausto, e que seu
relacionamento pós-guerra com os avós judeus de
Goldfinger claramente objetivava estruturar sua inocência em
relação aos crimes nazistas de guerra”. Tais
comentários absurdos não possuem nenhuma prova
histórica. Pode até ser argumentado de que o filme e a
história indicam que Mildenstein, por meio da cooperação
com a Federação Sionista, permitiu a emigração
de judeus à Palestina, conseguindo assim salvar dezenas de
milhares de vida. Mais judeus poderiam ter sido salvos se mais judeus
tivessem se interessado em imigrar para a Palestina. Porem,
evidentemente, um número relativamente pequeno de judeus
alemães aderiram ao movimento sionista.
"A
Coca-Cola produziu uma biografia lisonjeira
por ocasião do aniversário de 60 anos do Mildenstein,
somos informados (no filme) por um jornalista da “Der Spiegel”
que prescrutou o passado SS do alemão. No entanto Mildenstein
parece ter escapado da acusação, afirmando que
trabalhava para a CIA. O governo dos EUA, porém, nunca
reconheceu isso, e ele não foi processado. Além da
cobertura da “Des Spiegel” em 1966, após a morte de
Mildenstein nada mais apareceu e sua história foi mantida
relativamente quieta”
No
filme, e jornalista da “Der Spiegel” afirma claramente :
"Pesquisei tudo sozinho e não encontrei qualquer
evidência de que von Mildenstein tenha cometido crimes de
guerra." Já eu não lembro de ter visto no filme
que "Mildenstein parece ter escapado da acusação,
afirmando que ele trabalhava para a CIA." O comentarista pode
estar se referindo a informações fora do filme. Note-se
a observação sinistra "sua história foi
mantida relativamente quieta”. Porque tal história deveria
ser apregoada aos quatro ventos e como, se ela foi mandida
relativamente quieta, ele soube a respeito ?
"A
descoberta leva Goldfinger a uma viagem à Wuppertal, na
Alemanha, onde ele conhece a filha de von Mildenstein, Edda, que
encapsulou-se na sua própria forma de negação
sobre o passado de seu pai. No entanto a pesquisa de Goldfinger - que
inclui o depoimento de Eichmann em seu julgamento, no qual ele citou
von Mildenstein como o seu antecessor, sob ordens de Goebbels, em
campanhas de propaganda anti-judaica – revela um retrato de
negativo (do Barão).”
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Goldfinger e sua mãe |
Edda,
que tinha cerca de cinco anos no final da guerra, não se
encapsulou em si mesma e não tem nada a negar. Eles viveram na
Alemanha durante a guerra e seu pai (e não ela) trabalhou para
uma parte grotesca do governo, assim como milhões de outros
alemães. Ela ficou mais chocada do que “em negação”
(ao saber das “revelações” de Goldfinger).
Depois
de receber de bom grado Goldfinger em sua
casa (juntamente com seu esposo e amigos) e revelando suas memórias
agradavéis a respeito dos Tuchlers (os avós de
Goldfinger), ela descobre que o que ele quer é apenas
encontrar informações acusadoras sobre seu pai e
jogá-las na sua cara.
A
declaração do comentarista de
que a pesquisa de Goldfinger “ .. inclui
o depoimento de Eichmann em seu julgamento, no
qual ele citou von Mildenstein como o seu antecessor, sob ordens de
Goebbels, em campanhas de propaganda anti-judaica” não
é plausível. Eichmann não poderia ter dito
aquelas palavras pois nunca trabalhou para Goebbels e, portanto, ele
e Mildenstein não poderiam ter atuado juntos na realização
de qualquer campanha de propaganda anti-judaica.
Na abertura
de uma das críticas lê-se "O Apartamento , um
documento conciso e meticulosamente pesquisado," Deveria ter
sido escrito "um documento exagerada e descuidadamente
pesquisado".
CONCLUSÃO
:
Arnon Goldfinger informa aos seus
espectadores, no início do filme, que Leopold von
Mildenstein foi um nazista da SS, para mostrar, no final do
filme, que Leopold von Mildenstein foi um nazista da SS.
Documentários
são experiências de aprendizagem. Este documentário
acrescenta pouco conhecimento após retratar a viagem inicial
de von Mildenstein com as Tuchlers para a Palestina - 30 minutos de
atração e 60 minutos de pesca - nada de concreto sobre
o que os Mildensteins e Tuchlers realizaram à distância
ou em conjunto, sem vozes ouvidas e nenhuma pista seguida. Depois de
quase duas horas assistindo, os arquivo que surge no final do filme
diz-nos apenas um pouco mais do que o que já sabíamos -
von Mildenstein realmente levou a Central de Assuntos Judeus até
1937, após o qual se transferiu para o Ministério da
Propaganda.
E
só....
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Os Tuchlers |
TRAILER ABAIXO