Ontem à noite ocorreu a segunda apresentação do show Música da Grande Cidade, com Arrigo Barnabé e Vânia Bastos, aqui no Studio Clio em Porto Alegre.
O que dizer ? Uma viagem no tempo ? Para o passado ou para o futuro ? Em Arrigo os conceitos de “passado”, “futuro”, “presente”, “modernidade” ou “pós-modernidade” se esvaem diante do caleidoscópio musical que é sua obra.
Do clássico ao punk, passando pela seresta, pela bossa nova, - sempre com um toque dodecafônico - tudo resulta num mix absolutamente único e atemporal.
Vânia arrebenta nos vocais e nas performances. Vai da lírica à vadia, da trágica à brejeira, de acordo com os personagens de cada canção. Sua virtuose vocal, a serviço dos rigorosos emaranhados musicais do Barnabé, é surpreendente. Não é a toa que ela fala em “desafio” ao interpretar algumas canções do bruxo.
No final das contas, ouvir ao vivo e a cores obras tipo “Sabor de Veneno”, “Diversões Eletrônicas”, “Orgasmo Total”, “Canção do Astronauta Perdido” (uma das interpretações arrasadoras da Vânia), “Sky of my Blues”, e outras – e é claro sem esquecer a imortal “Clara Crocodilo” - , é simplesmente uma experiência quase transcendental.
E também não há como não viajar aos 80´s quando toda a função (que ficou conhecida como a “Vanguarda Paulista) começou – juntamente com Itamar Assumpção, Rumo, Premeditando o Breque (que vi num show absurdo na UFRGS) - e tomou conta de uma geração .
Para nós o Arrigo era tipo o mentor da geléia toda e – hoje me lembro – tentávamos “cantar” suas músicas na marra – e é claro que não conseguíamos.
E ele continua na área.
E o Mago ainda assusta ? Ainda provoca ? Ainda incomoda ? ...Sim! ... E é aí que reside seu talento, sua escola, sua luz e sua permanência na MPB.
Alguns videos da dupla
“Sinhazinha em Chamas”
“Canção do Astronauta Perdido”
O Gato
Sabor de Veneno
Clara Crocodilo
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