O filme é sincero ou hipócrita? Uma tragédia explícita ou uma ego-trip do diretor ?... neste caso, Jonathan Caouette, um carinha auto-denominado “cineasta underground”.
O filme pode ser definido como um “auto-documentário” já que praticamente todas as imagens são fotos ou vídeos caseiros. Mas o que leva alguém a lançar ao público as mazelas de uma família com doença mental ? – a avó e a mãe Renee seriam esquizofrênicas. Na adolescência Renee passou por tratamento de choque duas vezes por semana durante dois anos. Sua história é de arrepiar.
E o menino Jonathan foi criado sem o pai, viu a mãe ser estuprada, passou por alguns lares adotivos antes de ser definitivamente adotado pelos avós. Como resultado de tudo isto o diretor se coloca como uma “persona angustiada” , fruto desta família louca. E que persona! .. Vídeos mostram Jonathan aos onze anos interpretando uma fulana que apanha do marido e em outro, uma drogada. Um prodigio de precocidade.
Nesta necessidade de se mostrar (ou seria mostrar sua possível doença?) , o diretor / ator bombardeia o publico com uma “performance over” que pode soar totalmente fake - ou real dependendo do ponto de vista. A mim soou mais fake que sincera. Isto falando dele, pois se olharmos para o caso de Renee algumas imagens são impressionantes, principalmente quando a mostra, já ao final, quase que totalmente débil.
Uma cena me incomodou muito : aquela onde Jonathan confronta seu avô questionando se os abusos atribuídos a ele pela sua mãe são verdadeiros ou não. Me chocou tanto a agressividade do cineasta quanto a fragilidade do velhinho acuado.
Produzido por Gus Van Sant e James Camerom Mitchel (o imortal Hedwig), Tarnation é da linha dos chamados “filmes polêmicos e que devem ser vistos. A trilha sonora é fantástica.
http://www.contracampo.com.br/64/tarnationruy.htm
http://www.cinereporter.com.br/scripts/monta_noticia.asp?nid=1768
2 comments:
Ele sofre de transtorno de despersonalisacão
Que bacana. Nunca tinha ouvido falar nisto.
Post a Comment