O que dizer desta peça? Eu não queria ver – achei que não merecia um monólogo em espanhol sobre a cientista descobridora do polônio e do rádio – mas acabei sendo convencido pelo meu companheiro. Só posso resumir a sensação final em uma palavra : emoção.
A peça inicia absolutamente descarnada : sem cenário, sem palco, sem iluminação. Apenas cadeiras numa sala. Nidia Telles entra e se apresenta como uma velha jornalista que ficou amiga íntima de Madame Curie quando esta lhe concedeu uma entrevista. E começa a se lembrar desta relação, a contar sobre a vida da cientista. Assim, simples. Mas que simplicidade ! Nidia é magnífica. Com uma riqueza de recursos gestuais, vocais, corporais ela vai contaminando a todos com sua atuação soberba.
A peça avança e somos convidados a caminhar com ela por dentro da Casa Rocco, acompanhando a ação em outras salas. Em um determinado momento – realmente impressionante – ela despe a jornalista (sempre alegre e comunicativa) e encarna a Madame Curie (uma pessoa marcada pela máscara do cientificismo, da rigidez) e dá voz direta à cientista. O publico perde o fôlego.
Depois volta a assumir a jornalista e a peça parte para o final dentro de um laboratório. O final é belíssimo, quando a jornalista lê um pedaço do discurso do Pierre Curie quando, juntamente com Marie Curie e Henri Becquerel., ganhou o Nobel de Física em 1903.
O texto questiona se a curiosidade, a investigação do homem sobre os mistérios da natureza é correto, qual o preço que a natureza cobra e se os resultados realmente são válidos. Fantástico.
1 comment:
Oi Iuri! Eae colega, gostei muito da tua visita.
Tb estou super empolgada com o Poa em Cena e, depois de ler esta descrição do Madame Curie, fiquei mal por ter perdido! Tu escreve muito bem, me passou a emoção que sentiste ao ver a peça.
Abração,
Luiza
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