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Monday, March 26, 2012

Teatro - Emilinha e Marlene


Uma viagem no tempo, uma fonte de encantos, uma celebração da musica Brasileira.

Com três horas de duração ( o que a princípio me assombrava pois estava vindo podre de cansado do show da Maria Rita em homenagem à Elis no Anfiteatro Por do Sol), “Emilinha e Marlene” não deixa dúvidas de que a palavra “espetáculo” é a que melhor define o que se vê em cena.

A partir de uma espécia de acerto de contas entre duas irmãs - cada uma fã de uma das cantoras - a peça celebra a trajetória artística daquelas que protagonizaram a maís famosa “rivalidade” na história da MPB.

É uma aula de história da música brasileira. 

Começa em 1949 quando, por “circunstâncias polêmicas”, Marlene desbanca Emilinha do título de “Rainha do Rádio” e a “inimizade” entre elas - devidamente fomentada pela mídia - cai nas graças do povo.

A partir daí, em ordem cronológica, a peça avança mostrando em paralelo carreira e a vida das divas e também vários momentos em que elas se encontraram.

Solange Badim e Vanessa Gerbelli estão perfeitas como Marlene e Emilinha, respectivamente.

Me caiu os butiá ao ver a “incorporação” de Solange como Marlene. Quem teve a oportunidade de ver alguma apresentação da cantora fica chocado / assustado com a perfeição da composição corporal da atriz. Isto é claro sem falar do canto e da interpretação. Impressionante.

Ja a Vanessa Gerbelli faz – com uma riqueza de alma abençoada - uma Emilinha doce, apaixonada, cativante. Gente, esta atriz canta pra caralho, e confesso que a meus olhos ficaram molhados em algumas canções, principalmente “10 anos”.

Definitivamente não dá pra dizer qual das duas é “a melhor”. As duas matam a pau em tudo. A cada entrada, a cada linha, a cada canção de cada uma delas, a platéia fica fascinada, arrebatada, maravilhada.

Alias, a platéia é algo digno de nota. A imensa maioria dos presentes – pelo menos na apresentação que vimos no São Pedro – era de, digamos, uma faixa etária mais “avançada” que estava ali para recordar e se divertir. Que fantástico. 

O pessoal tava muito assanhado e não conseguia se conter. Era evidente a felicidade de muitos vovôs e vovós ao reviverem aquelas canções que fizeram parte de suas vidas. 

Antes de incomodar, isto só complementava o clima de nostalgia e deleite que se estabeleceu na casa.

No final das contas, as tais três horas de duração passam a ser “três horas de prazer”. Tudo flui de forma perfeita, generosa,excitante. Os atores, a iluminação, os figurinos, os músicos, o som, tudo enfim em harmonia para uma montagem perfeita, irretocável.

Como se diz, “adoro musicais”, e é simplesmente fantástico ver uma montagem deste nível bebendo na saborosa história da MPB e saciando os espectadores com puros momentos de magia.

Clipes das Divas

Marlene - Lata Dágua - Cena do filme "Tudo Azul"




Emilinha - Tomara que chova - Cena do filme "Aviso aos Navegantes"


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